Jovem confessa ter mentido sobre estupro coletivo

Mulher prestou novo depoimento nesta quinta-feira, 22, na Delegacia de Polícia Civil

Jovem confessa ter mentido sobre estupro coletivo

Mulher prestou novo depoimento nesta quinta-feira, 22, na Delegacia de Polícia Civil

Jovem de 22 anos retorna à delegacia e confessa que inventou ter sido vítima de um estupro coletivo, em abril, por oito homens.

O novo depoimento foi prestado ao delegado responsável pelo caso, Alex Bonfim Reis, na tarde desta quinta-feira, 22, na Delegacia de Polícia Civil.

A jovem agora responderá pelo crime de denunciação caluniosa, por não somente ter comunicado um crime falso, como também ter acusado pessoas determinadas.

O delegado conta que a jovem esteve no local devido a outras situações, e como havia muitas dúvidas em relação ao suposto crime, decidiu interrogá-la novamente. Foi quando ela confessou que nenhum dos fatos aconteceram.

“Quando ela foi contraposta a tudo o que não fechava, as incongruências que haviam no processo, ela confessou e assumiu que nenhum crime de abuso sexual foi praticado contra ela”, revela Reis.

Durante o interrogatório, a mulher afirmou ainda que nenhuma das pessoas que formalmente acusou, praticou qualquer ato ou manteve qualquer relação sexual, nem mesmo consentida, com ela. O motivo pelo qual teria inventado a história não foi revelado pela jovem, que preferiu se manifestar somente em juízo.

Assim que o suposto estupro foi denunciado, no dia 25 de julho, o fato ganhou repercussão estadual e comoveu muitas pessoas. Inclusive, um grupo de feministas de Brusque organizou um protesto em defesa da jovem.

“Recebi ligações de diversas cidades do estado, inclusive do oeste. Foi um fato de grande repercussão, gerou comoção social. Mas desde a época do ocorrido, eu falava que as coisas deveriam ser apuradas com calma e parcimônia. A Polícia Civil tem que investigar e colher provas sem agir de forma afoita, para concluir com bastante segurança”, comenta o Reis.

Ele ressalta que a polícia não pode se deixar levar pela comoção social, mas trabalhar com os fatos. Desde que o suposto crime veio à tona, iniciaram as investigações e muitas das situações não se amoldavam com perfeições, pois apresentavam contradições e ficavam sem o devido esclarecimento. Os depoimentos não se encaixavam, então surgiram dúvidas na versão da jovem.

Na época, o delegado preferiu não se manifestar, pois a lei faculta à pessoa maior de 18 anos querer ou não tomar providências para o fato. Por isso, além do BO, é necessário a manifestação formal da vítima para que os fatos sejam apurados.

“O que torna mais grave ainda, é que ela fez o BO, retornou à delegacia, prestou esclarecimentos, nomeou os supostos agressores, atribuiu a cada um deles uma conduta individualizada e representou formalmente contra eles. Ela exigiu que a polícia tomasse uma postura contra essas pessoas. Mas, no final se descobriu que nada disso ocorreu”, ressalta Reis.

Para o delegado, os oito homens que foram acusados do suposto crime merecem um esclarecimento, para, ao menos, amenizar o sofrimento e o constrangimento causado injustamente a eles.

“Essas pessoas foram falsamente acusadas de um crime tão bárbaro e horrendo. Alguma consequência, certamente, causou nessas pessoas. Provavelmente, sofreram alguma forma de lesão ou prejuízo”, diz.

***Atualizado às 18h04

 

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