Amanda Kuhn/O Município

Ana Caroline Rodrigues Barbosa, 20 anos, aprendeu a costurar aos 17 anos e desde então, investe na sua carreira como costureira. Moradora de Brusque há 14 anos, atualmente ela trabalha em uma loja de roupas fitness, e tem o objetivo de seguir estudando, com planos de fazer um curso técnico de modelagem e a faculdade de moda.

“Moda nunca acaba, a gente sempre está evoluindo a moda. Todo dia a gente vê uma roupa diferente e uma criação diferente, então costura é a base disso”, afirma. No momento ela divide o seu tempo entre o trabalho e o curso profissionalizante de modelagem.

Na loja, onde trabalha há cerca de um ano, ela é responsável por fazer diversos tipos de roupa fitness, como leggings, bermudas, shorts e saia. “A gente faz um pouco de tudo”, diz.

Primeira costureira profissional de sua família, a jovem pretende seguir uma carreira na moda. Ela acredita que a especialização é algo essencial para a atividade.

“Com certeza é algo bem valorizado na área, então se especializar muda tudo, além do reconhecimento monetário, se você tem uma especialização, uma faculdade, ou um técnico, te coloca em outra categoria.”

Paixão familiar

Apesar de mulheres da sua família costurarem em casa, como a sua mãe e suas avós, foi com uma vizinha que ela aprendeu as técnicas da costura. Aos 17 anos, Ana Caroline começou a costurar roupas de cama, como lençóis e fronhas.

Na loja em que trabalha, Ana Caroline é responsável pela confecção de vários tipos de peças – Amanda Kuhn/O Município

No entanto, a costura faz parte de momentos em família entre ela e a mãe. “A gente se ajuda hoje em dia. Eu ensino muita coisa que eu sei pra minha mãe. [Esses dias] ela quebrou uma agulha e não sabe trocar, e eu ajudei ela, então a gente vai trocando conhecimento, né?”, diz.

Ela conta que quando visita a avó materna no Paraná, elas também trocam conhecimentos. “Quando eu vou para lá, ela me mostra as máquinas que ela tem e ela fala ‘vem aqui ajudar’ então a gente tem esse contato, essa troca”, completa.

O passado presente

A ligação de Ana Caroline com a moda ultrapassa gerações. A sua avó paterna, já falecida, deixou uma máquina de costura para ela como herança e é uma importante lembrança de família, pois foi muito usada por sua avó.

Atualmente fora de uso, pois precisa de reparos, o conserto da peça está entre os projetos da costureira. “Eu vou colocar ela para funcionar porque ela deixou como herança pra mim e eu vou consertar ela para poder usar.”

Amor de família pela moda gaúcha

Para o futuro, ela pretende se aprimorar e se especializar em moda e migrar para a área de produção de peças gaúchas femininas. A silhueta e a modelagem, principalmente das saias, que lembram roupas de princesa, são a paixão de Ana Caroline.

O interesse pelo tema vem de sua família, já que seus pais praticam danças gaúchas. Com o apoio familiar, agora ela consegue costurar em casa também. “A gente está tendo a possibilidade de conseguir costurar em casa, porque minha mãe comprou uma máquina”, relata.

Ela está confeccionando saias típicas gaúchas para a sua mãe usar em suas futuras apresentações e possui o auxílio dela para divulgar suas produções. “Ela tem conhecimento, tem contato com muita gente, então ela faz essa divulgação. Então é algo que futuramente quem sabe dá pra começar a produzir para fora”, projeta.

Desafios pelo caminho

Antes de ingressar de fato na moda, a jovem chegou a cursar um semestre da faculdade de enfermagem, já que várias pessoas de sua família são da área da saúde.

A jovem pretende se especializar na área por meio dos estudos – Amanda Kuhn/O Município

“Era uma faculdade que eu gostava, mas naquela época eu acho que eu não tinha muita maturidade. Então ali eu acabei me dedicando à costura, que era uma coisa que eu sabia fazer e que eu gostava”, relembra.

A mais jovem entre as colegas

Nos seus locais de trabalhos, Ana Caroline conta que sempre foi a caçula. “A gente dizia que eu era caçula, porque a mais nova entre nós tinha uns 26 anos e eu tinha uns 19, então realmente não tem quase gente nova na profissão, normalmente é de 30 até 50 anos para cima.”

Quanto à presença de mulheres jovens, ela acredita que é um ramo em que há emprego e deveria atrair mais interessadas.

“Acho que é interessante as pessoas novas darem oportunidade para essa área porque é uma área que aqui [no sul] pelo menos investe muito. É algo que eu vejo que hoje em dia o pessoal deveria dar mais atenção, porque roupa todo mundo tem e todo mundo usa, então é algo muito importante.”

Questionada se gostaria de seguir na carreira pelo resto da vida, Ana Caroline é clara: “com certeza”.


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