Jovens e motociclistas: perfil das vítimas do trânsito de Brusque se repete ano após ano
Cinco das 11 pessoas que morreram em acidentes neste ano tinham 26 anos ou menos
Ano após ano, os balanços da Polícia Militar apontam que a maioria das vítimas do trânsito em Brusque são motociclistas. Enquanto a embriaguez ao volante continua sendo um problema grave, dados mostram que o principal motivo das mortes são por imprudência e condução perigosa.
No primeiro semestre, 11 pessoas já perderam suas vidas no trânsito na cidade, uma a mais que no mesmo período de 2019. Destes, dez eram homens. Do total, oito eram motociclistas e, em todos os casos, a polícia apontou algum ou vários tipos de imperícia associados: alta velocidade, ultrapassagem em local perigoso, falta de habilitação e/ou uso indevido dos equipamentos de segurança.
Dentro desse espectro de mortes no trânsito, apenas em dois casos o possível culpado não foi a própria vítima, segundo relatórios da PM. Em janeiro, Paulo Renato Lima Pegorini, 20 anos, conduzia uma bicicleta e foi atropelado por um caminhão. Já em fevereiro, o motociclista Jonathan Dellandrea de Paula, 21, colidiu de frente com outra moto que vinha na contramão. Cinco das 11 vítimas do trânsito em Brusque neste ano tinham 26 anos ou menos.
Comandante da PM diz que falta “consciência e amor próprio”
O comandante da PM de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, acredita que o grande motivo para a imprudência que causa tantas mortes de jovens no trânsito em Brusque é resultado de falta de limites impostos pelos pais.
“O controle de limite, respeito e disciplina, quando não ocorre, vai repercutir na vida toda. Hoje os motoristas até os 30, 35 anos de idade não tem muito limite e consciência, falta um pouco de amor próprio. Isso os leva a conduzir de forma inadequada e desrespeitosa a ele e a coletividade. Infelizmente temos esta carnificina no trânsito, principalmente proveniente das motocicletas”.
O tenente-coronel destaca que as pessoas nesta faixa etária têm a motocicleta como um veículo mais acessível, ágil e econômico. Ele também ressalta que os policiais costumam ver muitos motoboys em velocidade muito acima da permitida dentro da cidade.
Ferreira Filho explica que a pandemia não teve grande impacto no número de acidentes fatais porque a maioria deles acontece por conta de condutas perigosas no trânsito e não necessariamente pelo números de veículos circulando.