É necessário acabar com a cultura de não ensinar política aos jovens (ou com a que os induz a não gostar dela). A política está presente em nosso dia a dia e é necessário que saibamos discuti-la. Não de modo superficial, mas com propriedade, afastados do senso comum.

Estamos cansados de ouvir que os jovens são o futuro da nação, contudo, pelo que escuto, a maioria do futuro da nação não sabe discutir uma questão de forma pacífica; ou prefere nem discutir a determinada questão, pois “não quer se incomodar”. Aparentemente, podemos pensar que estes fatores não são de grande importância. Errado. A juventude que não gosta e não pesquisa sobre política é a mesma que terá o direito ao voto nas próximas eleições. Deste modo, sem a busca por informação, não elegerá um candidato competente.

Crescemos escutando que “políticos são corruptos”; “horário eleitoral é perda de tempo” (assim como o programa de rádio “Voz do Brasil”), entre outros. O resultado: os mais novos passaram a acreditar e a divulgar praticamente tudo que veem nas redes sociais (geralmente notícias com fontes não confiáveis), não questionando a veracidade do que é dito. Existem aspirantes a cargos públicos que fazem discursos pregando a segregação (das mais variadas formas) e continuam recebendo aceitação e apoio. Os mesmos indivíduos, também envolvidos em casos de corrupção, são aceitos por pessoas que preferem não usar os meios oferecidos para buscar informações. Um exemplo mais concreto: nas últimas eleições para presidente, eu apoiava uma pessoa sem nunca ter me informado (além do que via na televisão e no Facebook) sobre suas propostas, inclusive tentei induzir pessoas a votarem nele. Ultimamente, tenho me informado e descobri os inúmeros casos de corrupção envolvendo o nome e o partido deste homem, algo que me deixou descrente, porém, que poderia ter sido evitado.

jovens
ilustração: Ed Carlos

A juventude tem o poder da mudança. Seja por meio de votos, candidaturas ou até mesmo protestos. Não usamos nossa voz porque somos induzidos a não usá-la. Se decidíssemos nos unir em prol de alguma causa, a chance de conquistarmos algo seria imensa. Ou, em um futuro não muito distante, se quiséssemos unir-nos para apoiar determinado candidato (após uma análise sobre seus ideais), seu destaque não viria com grandes complicações. Mas, para isto, é necessário que a população (especialmente mais jovem) se una. E a união pacífica só pode ser feita se antes houver uma preparação. E esta preparação chama-se reeducação. Volto a dizer: a política está presente em nosso dia a dia. E a mudança que queremos amanhã depende de como vamos buscá-la hoje.

Heloísa Wilbert Schlindwein – 16 anos – terceirão