Juíza avalia possibilidade de iniciar pagamentos de funcionários demitidos da fábrica Renaux
Empresa terá vigilância eletrônica em vez de guardas; marca Renaux é avaliada em R$ 5,9 milhões
Empresa terá vigilância eletrônica em vez de guardas; marca Renaux é avaliada em R$ 5,9 milhões
A juíza Clarice Ana Lanzarini, da Vara Comercial, determinou na semana passada que sejam feitos levantamentos para avaliar se os pagamentos a parte dos credores trabalhistas da fábrica de tecidos Carlos Renaux, falida desde julho de 2013, já podem ser iniciados.
Os primeiros a receberem os valores devidos pelos anos trabalhados na fábrica seriam os chamados credores extraconcursais – os que foram demitidos durante o período de recuperação judicial da empresa.
A lista mais atualizada de credores extraconcursais – e portanto aptos a receberem os valores devidos – contém 451 nomes de ex-trabalhadores da massa falida.
No entanto, essa lista, na prática, deverá diminuir. Isso porque já foram feitos, aos trabalhadores, dois pagamentos de R$ 2 mil, a título de adiantamento dos valores devidos. Com isso, parte desses 451 credores, cujo débito era pequeno, não tem mais nada a receber da Renaux.
Conforme informou a juíza Clarice, em sua decisão, embora o patrimônio da massa falida ainda não tenha sido devidamente apurado, há valores depositados em conta que permitem, em tese, que seja dado início ao pagamento desses credores trabalhistas.
O administrador judicial da massa falida, o advogado Gilson Sgrott, será intimado a apresentar a lista atualizada dos credores trabalhistas, em até cinco dias, deduzidos os adiantamentos já realizados.
Sgrott explica que esse processo se dará em três etapas: na primeira, apura-se quais são os valores devidos aos credores. Posteriormente, verifica-se se há valor disponível para pagamentos. “Acredito que vai existir quantia suficiente”, afirma o administrador judicial.
A última etapa é verificar, junto aos demais credores, se não há impugnação quanto à realização desses pagamentos.
“Isso demonstra que o juízo tem intenção de fazer o pagamento desses credores. Vamos verificar se há dinheiro disponível e, se não houver impugnação dos demais credores, a juíza faz a autorização do pagamento”, explica o administrador judicial.
Fábrica terá vigilância eletrônica em vez de guardas
Em decisão da semana passada, a juíza Clarice Ana Lanzarini, da Vara Comercial, determinou a substituição do tipo de vigilância efetuado na sede da massa falida. Serão substituídos os guardas contratados pela vigilância eletrônica, com alarmes e videomonitoramento.
Conforme a magistrada, a decisão visa “otimizar os ativos da massa falida, promovendo a diminuição das despesas com a manutenção dos bens”.
Com isso, os vigilantes serão dispensados e o monitoramento do patrimônio da Renaux será feito à distância. Não foi informado de quanto será a economia com a troca do serviço presencial pelo eletrônico.
A empresa responsável pela vigilância será a Alpha Sistema de Segurança, a que, segundo despacho do processo de falência, foi a que apresentou a proposta financeira mais vantajosa à massa falida, “na medida em que o valor é significativamente inferior ao que ora se dispensa”, conforme a juíza Clarice.
O administrador judicial da Renaux, Gilson Sgrott, será intimado a promover a substituição da segurança, com o encerramento dos contratos com os guardas e viabilização do contrato com a nova empresa, em dez dias.
O valor a ser pago a esses credores trabalhistas ainda será calculado pelo administrador judicial. Pelos cálculos mais atualizados, gira em torno de R$ 9 milhões, mas deve diminuir, justamente porque alguns dos trabalhadores listados já receberam seus atrasados.
Marca Renaux é avaliada em R$ 5,9 milhões
Foi entregue ao poder Judiciário o laudo de avaliação da marca Renaux, a qual também será leiloada, para reunir recursos necessários a pagar os credores da massa falida.
O laudo, apresentado pelo perito judicial Milton Leão Barcellos, avalia o valor da marca Renaux em R$ 5,92 milhões, em cálculos atualizados.
O estudo levou em conta o ramo de atuação da empresa, suas credenciais no mercado, assim como dados financeiros do tempo em que estava em pleno funcionamento, assim como uma avaliação do período sobre a capacidade da marca ser reintroduzida no mercado.
Ainda não foi definido pelo judiciário como se dará a venda da marca, nem há data prevista para que isso aconteça. O valor arrecadado, assim como nos leilões já realizados, serão depositados na conta aberta para o processo de falência, e lá permanecerão disponíveis para pagamento dos credores da fábrica.
Antes do leilão da marca, já foram realizados leilões para venda de maquinário, materiais de uso do setor têxtil e patrimônio imobiliário da Renaux. No último, contudo, não houve oferta para a maior parte dos bens disponíveis.