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Júri popular condena assassino de mãe e filha em Blumenau

Julgamento foi realizado quatro anos após o crime

Anderson Tadashi Nakamura foi condenado a 32 anos e quatro meses de prisão em julgamento realizado nesta quarta-feira, 9, no Fórum de Blumenau. Ele é o autor do homicídio de Inês do Amaral, de 57 anos, e da filha dela, Franciele Will, de 30 anos, em abril de 2018, no bairro Tribess.

O júri popular era para ter sido realizado no ano passado, porém, foi remarcado devido a advogada do réu abandonar o caso. Desta vez, com a defensoria pública, o julgamento presidido pelo juiz Eduardo Passold Reis, titular da 1ª Vara Criminal da comarca de Blumenau, condenou o réu a 32 anos.

Odair Tramontin, promotor responsável pela acusação, destacou que apesar dos jurados terem acolhidos todas as teses apresentadas, a pena estipulada pelo juiz foi menor do que a expectativa.

“Considerando as peculiaridades do caso, entendo que a pena foi muito branda e vamos recorrer pra tentar aumentar. Não da para esquecer que foram dois homicídios, ambos com três qualificadoras”, argumentou Tramontin.

Anderson já está preso desde 2019, enquanto aguardava julgamento. Com a condenação, que cabe recurso, ele voltará ao presídio para cumprir o restante da pena.

Relembre o crime

Arquivo pessoal

Ambos os casos aconteceram na manhã do dia 4 de abril de 2018. Anderson era conhecido da família e realizada serviços de jardinagem para as vítimas.

Segundo denúncia do Ministério Público (MP), após uma discussão, o homem teria golpeado a mulher de 57 anos e a levado desacordada até o quarto dela, onde foi asfixiada. Na sequência, ele teria encontrado uma faca e aguardado a chegada da filha da vítima, de 30 anos.

Escondido atrás da porta de entrada da cozinha da residência, o homem surpreendeu a segunda vítima e a matou com vários golpes de faca. Após o crime, Odair Will, filho de Inês e irmão de Franciele, não conseguiu mais retornar à residência. Foi ele quem encontrou os corpos da mãe e da irmã.

Após investigações da Polícia Civil, Anderson foi detido um ano e meio depois, em Lages, onde estava morando e trabalhando. Ele foi trazido para Blumenau e preso preventivamente no Presídio Regional da cidade.

O relatório policial

O relatório de do delegado Douglas Barroco Teixeira enviado ao MP confirma a versão de que Nakamra matou Inês após uma discussão, no dia 4 de abril de 2018. Veja o trecho em que a cena do crime é descrita:

“Declarou que foi até a casa de Inês perguntar se havia algum serviço para prestar, sendo informado que não havia. Na sequência, houve uma discussão com Inês motivada pela acusação que recebeu de ter induzido Odair ao uso de entorpecentes, iniciando-se, pois, uma discussão ríspida.

Ato contínuo, após Inês proferir xingamentos sobre sua família, alegou que ficou fora de si e lhe desferiu socos e a levou para o andar de cima, momento em que Inês, que estava já desacordada, acordou e, então, apertou seu pescoço até que apagasse novamente.

Indagado sobre a execução de Franciele, frisou que não houve uma motivação específica, dado que tinha pouco contato com ela. Declarou que somente a esperou para a execução porquanto enquanto estava a conversar com Inês, Franciele esteve rapidamente na residência e acabou o ali vendo.

Aduziu que se utilizou de uma faca para o ato e que Franciele não chegou a falar nenhuma palavra durante as agressões, haja vista que os golpes foram desferidos logo da sua entrada no imóvel”


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