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“A justiça vai ser feita por ela”, diz mãe da menina que morreu atropelada em Brusque

Alvaci de Abreu relatou o que sentiu durante os depoimentos à polícia

A mãe da Milena Ketlin Ristow, que morreu aos 9 anos de idade após ser atropelada na noite do último sábado, 17, no Cedro Alto, em Brusque, conversou com o jornal O Município.

A costureira, Alvaci de Abreu, 39 anos, relatou a dificuldade em relembrar os momentos do acidente no momento em que fez o depoimento na polícia.

“Não foi fácil falar de novo de tudo que aconteceu, falar da minha filha. Agora estou estressada, em estado de nervos e até tomei calmantes para me acalmar. Não é fácil relembrar tudo que eu senti no momento”, relata.

Ao falar sobre o que espera da resolução do caso, Alvaci afirma: “O delegado Matusalém soube lidar comigo neste momento, foi atencioso. Pelas graças de Deus, a justiça vai ser feita por ela (Milena)”, finaliza.

Arquivo pessoal

Redes sociais

Alvaci também desabafou nas redes sociais sobre o ocorrido. Em uma postagem realizada no Facebook nesta terça-feira, 20, ela falou sobre a dor de perder a filha.

“Quero agradecer a todas as pessoas que estão me dando apoio nesse momento, o mais difícil da minha vida. Estou sem chão, sem entender os motivos pelo qual ela foi tirada de mim, desse jeito tão brutal. Não entendo como me salvei e ela não. É uma dor insuportável. Estou aqui, até agora sem entender. Ela era a primeira que me acordava fazendo festa para nos acordar. Sua alegria, seu sorriso, tudo acabou”, postou a mãe.

Perfil

Uma criança ativa, que gostava de brincar, de personalidade forte e cheia de sonhos. Essa era Milena Ketlin Ristow. De acordo com a mãe da menina, ela era amorosa e adorava fazer amigos.

“Ela não parava, fazia amizades e gostava de conversar com todo mundo. Não tem uma filha igual a ela, ela era tudo. Para mim, ela não tinha nenhum defeito. Era amorosa e às vezes era braba”, recorda a mãe.

O pai de Milena, eletromecânico Gabriel Renato Ristow, 31, ressalta que a menina era muito alegre, carismática e educada. “Ela era quem comandava a molecada ali da rua, era a cabeça da piazada. Autoritária e exigente, sabia de tudo na rua, conversava com todos”, conta.

Alvaci recorda que a filha era muito próxima da família, principalmente dos irmãos. “Eles brigavam, como todos os irmãos fazem, mas sempre estavam um perto do outro. Quando um estava triste, ela fazia brincadeiras para melhorar o humor. Todos a amavam, a Milena era encantadora”, diz.

Ainda, o pai relembra da personalidade forte da menina. “Ela era muito verdadeira, se tinha algo errado ela falava mesmo, ela corrigia e pegava no pé. Caguetava a criançada quando fazia coisa errada. ‘Bateu, levou’, como ela dizia”, continua.

Arquivo pessoal

Vontade de ser maquiadora

Estudante da Escola de Ensino Fundamental Cedro Alto, Milena é lembrada pela família por ter notas boas, ser dedicada e não receber reclamações. Segundo a mãe, a menina gostava muito de educação física e era muito estudiosa.

Em casa, ela gostava de ver vídeos de maquiagem. A mãe ressalta que, apesar de ainda criança, Milena demonstrava interesse em ser maquiadora ou cabeleireira. Nos últimos dias, inclusive, a mãe comprou maquiagens para ela. “Mas agora ela se foi”, diz.

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Dor da perda

Milena estava com a mãe quando foi atropelada por um carro conduzido por um homem de 25 anos, que apresentava sinais de embriaguez. Mais tarde, ele confessou também confessou o uso de maconha. O acidente aconteceu por volta das 18h30 de sábado.

Segundo Alvaci, a família é moradora do bairro e Milena morreu próximo de casa. Agora, a família lida com o vazio e a dor da perda. “Estou acabada, arrasada, arrancaram um pedaço da minha vida. Estou com a perna machucada, com as costas e braços machucados, a alma destroçada, o coração quebrado. Estou em casa, mas olhar para as coisas da minha filha causa dor. Ver ela naquele estado, no acidente, me destruiu. Uma mãe nunca deveria ver o filho daquele jeito, como eu vi a minha filha. A estrela que eu tinha aqui se apagou”, diz.

“Estou tentando ser forte, as coisas não podem parar. Temos outros filhos, temos que apoiá-los. Mas a dor é grande”, finaliza o pai.

De acordo com a Polícia Civil, o motorista foi autuado por homicídio culposo, e, se condenado, poderá ter aumento da pena, pelo agravante de não ter prestado socorro à vítima.

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