R.I.P. Kid Vinil. Como assim? Depois das notícias sobre a sua hospitalização depois de um show no interior de Minas, no final de abril, e das primeiras notas sobre a sua recuperação, foi uma agressão dolorosa receber a notícia da morte do jornalista, crítico, radialista, músico e, mais do que tudo, apaixonado por música e professor de mais de uma geração de amantes do rock.

Muita gente talvez nem saiba o quanto Kid foi influente, apresentando para os brasileiros uma quantidade gigantesca de discos e bandas, naqueles velhos tempos obscuros em que não tínhamos internet e nem outro tipo de acesso fácil às novidades musicais. Dependíamos dos poucos programas de rádio e das poucas revistas que abrigavam profissionais que conseguiam fazer a intermediação entre as novidades e nossos ouvidos curiosos e carentes. Kid Vinil foi um desses poucos profissionais.

Mais do que isso, ele era uma raridade. Uma pessoa tranquila, respeitada por vários círculos (em um ambiente cheio de times adversários, “feuds” e portas fechadas.

Para a gente, que viveu a cena oitentista de rock brusquense, Kid Vinil vai ter sempre um lugar especial na nossa história, já que ele era o apresentador do Boca Livre, na TV Cultura paulista. Aquele programa que recebeu o Bandeira Federal em sua temporada de competição entre bandas e recebeu também, além do Bandeira, Da Besta e Insultos, em um programa especial, ao vivo, sobre novas bandas do sul.

Conhecimento, generosidade, atividade constante como divulgador do que precisava ser divulgado… e ainda uma das vozes que marcaram o BRock dos anos 80. Nem precisava tanto.

Morreu cedo, morreu relevante, longe de ser apenas uma “criatura nostálgica” vivendo do passado, como tantos outros. É para ficar bem triste e para começar a pensar que 2017 não quer ficar atrás de 2016, em termos de perdas…  Quem perde? Nós.