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Krigalene envia carta ao Secretário de Segurança Pública de SC

Depois de ter a sua casa assaltada pela décima vez seguida, Krigalene, a esposa do nosso amigo Kríga, resolveu mandar uma carta pro secretário de segurança pública do estado, aproveitando a passagem dele pela cidade, reclamando da falta de segurança que aflige toda a nossa região:

 

“Quirito Secretário,

 

Aqui quem escreve é a Krigalene Kríga, mulher to Kríga, amigo to Lauritx que escreve aquelas popagens no xornal Munixípio. Nossa cassa foi roupada onti ti noiti mais uma veis de novo. Os pantidos levaro tuto! Non deixaro nem as minha calcinha, sacra óstia, uma veis! Rouparam a televesan, o rátio, o microonidas, o tevetê, o diliquifador e até o vidrogueime do meu filho. E o biór, é que ainta por cima cacaram a casa doda, aqueles shuanarai. Dando que a xente trapalha para conquistar as coisa e vem esses excumuncato e roupam dudo. Ainta pem que non tinha ninquém incasa nesse hora.

 

Xá falei com os vizinho dudo e ninquém viu nata. Son dudo igual aquele dos Estasunido, o Estiveonde. O senhor sape que toto vicinho é ruim, e a xente torce para ter o menos biór, acontece que non atiantou eu me matar de ressar porque aqui no minha retontessa só tem xente ruim. Son dudo inimico!

 

Minha mãe me tisse que xeralmente os pantidos teixam pisdas quando fazem essas ladroagem, mas a única coisa que nós encondramo foi uma cueca com uma freada de caminhon, xogada no meio do minha sala. Acho que um dos pantido estava com o rapisteco froxo e a única coissa que deu para tescoprir é que ele tinha comido fexão e milho.

 

Estou tesconfiada te um tos meus vicinhos. Ninguém trapalha na casa tele. Só ficam soltando foguete o tia dodo e ti noiti sempre abarece xente bara visitar eles. É dudo visida ti mético. Dem xente qui nem sai do audomóvel. Eles tizem que é um tal de servisso “teliveri”! Eu nunca ouvi falar tisso, mas o meu marito acha que é broblemas com trogas que eles tem. Eles só bódem usar essa tal de trogas mesmo porque comer fexão com milho eu nunca vi isso no minha vida, nem em vilme!

 

Mas eu só não entento uma coissa, danda casa pra roupar na minha rua e foram esgolher logo a minha. Tem a casa dos Staingrêba, a casa dos Kôla, a casa dos Batshaua, a casa dos Habitzróita, a casa dos Shéfa, a casa dos Shuma, a casa dos Poos, enfim, danda xente mais milionário que nóis e foro logo na nossa casinha, a mais simplezinha ta retontessa. Pro senhor ver uma coissa, embaixo do nossa garaxem só tem uma fuque e uma lambreta velha. Alcuma coisa tem aí nesse história!

 

Só espero que o senhor tome uma providença, já que tesse xeito não tá mais bara ficar.

 

Atenziosamente,

 

Krigalene Kríga