“Lamborghini” em SC: empresários que visitaram governadora não produzem carros há 15 anos
Site oficial do governo do estado chegou a apagar os registros após saberem que marca não tem ligação com a empresa italiana
Site oficial do governo do estado chegou a apagar os registros após saberem que marca não tem ligação com a empresa italiana
A Lamborghini Latinoamérica – empresa cujos representantes visitaram a governadora de Santa Catarina para supostamente investir em uma fábrica no estado – não tem ligação alguma com a fábrica italiana de carros de luxo. Além disso, a empresa, que na verdade é mexicana, não produz um veículo há 15 anos.
Os registros do encontro entre a governadora e os representantes da empresa, que haviam sido amplamente divulgados nas redes sociais do governo do estado e no próprio site do órgão, foram apagados.
Apesar de usar o mesmo nome, a Lamborghini Latinoamérica surgiu em meados dos anos 1990, em um vácuo jurídico ocorrido durante a compra da verdadeira Lamborghini para investidores da Indonesia. Neste período, o mexicano Jorge António Fernandes Garcia obteve o direito da marca na América Latina e permissão para fabricar, mas depois disso a marca original tomou outros rumos, sendo comprada pela Volkswagen em 1998.
Seguindo caminhos separados, a Lamborghini Latinoamérica obteve uma produção pífia com o passar dos anos. Em 2006, último ano em que se tem registro de fabricação pela empresa, foram produzidas apenas três unidades do Coatl e dois do Alar 777.
A intenção em Santa Catarina, segundo os representantes, seria o de montar uma fábrica para Lamborghinis elétricas. Este mesmo projeto, porém, foi anunciado no Uruguai, em 2013, e na Argentina, em 2014. Houve até negociações com Mario Benítez, presidente do Paraguai, a quem prometeram também um centro de desenvolvimento, de acordo com informações da revista Exame.
Nenhuma destas iniciativas saíram do papel.
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