Lar Menino Deus projeta ampliação para melhorar qualidade de vida dos moradores
Proposta permite criação de sala para fisioterapia e espaços administrativos
Uma proposta de ampliação do Lar Menino Deus deve criar três novas vagas e qualificar os atendimentos da instituição. A captação de recursos para o projeto está prevista para começar neste semestre. Com a limitação de área construída e sem espaço específico para fisioterapia, as atividades são feitas na sala de estar.
Serão mais 218,8 metros quadrados de área construída, anexa à estrutura atual. No novo espaço estão previstas salas para administração, fisioterapia, reuniões, locais de atendimento individual, cozinha e lavabo. A construção tem custo estimado em R$ 343,3 mil.
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De acordo com a coordenadora da instituição, Catia Gianesini Ramos, as limitações começaram a ficar mais evidentes há cinco anos. Entre os motivos estão as mudanças das regras para atuação de serviços considerados de alta complexidade e a exigência de maior carga horária da equipe técnica. Desde lá, a equipe interna debate alternativas para viabilizar o projeto.
A estrutura atual, adaptada em uma casa doada, aproveita os espaços tanto para os serviços de estadia quanto para as demandas administrativas. Com isso, a atenção precisa ser redobrada para evitar acidentes, já que os trabalhos de rotina são feitos no mesmo ambiente onde circulam os moradores.
Adaptação
Com 13 moradores, todos com deficiências intelectuais, a entidade atua desde de 1996. Entre o grupo atendido há casos de autismo, esquizofrenia, deficiência auditiva e paralisia cerebral.
Neste contexto, afirma Catia, os serviços de fisioterapia correspondem à parte importante do processo de melhora da qualidade de vida, e as ações preventivas geram resultados percebidos no dia a dia da instituição.
De acordo com ela, com o trabalho de fisioterapia, foi possível reduzir os casos de internação por problemas respiratórios. Outro reflexo importante é relatado com o acompanhamento psicológico qualificado, com a queda ou estabilização do consumo de medicamentos. Apesar dos resultados, a limitação de áreas exige criatividade das equipes.
Para as sessões, é preciso limitar o movimento na sala de estar. Enquanto um morador recebe a atenção profissional, o restante do grupo precisa ficar em atividades externas, para não atrapalhar no desenvolvimento. Também é nesse espaço que ficam armazenados parte dos equipamentos usados nas práticas.
Espaço apropriado
Desde o início da elaboração, o projeto de ampliação do Lar Menino Deus precisou ser adaptado, para evitar a proximidade com uma nascente no terreno. Hoje, a proposta possui as liberações legais e ambientais necessárias antes do início da captação de recursos. Só com o remanejamento para a nova área, estima-se ser possível abrigar mais três pessoas na instituição.
Além da possibilidade de ter espaços físicos específicos para a fisioterapia e atendimento dos moradores, as novas salas abrem a possibilidade de melhorias nos serviços administrativos. Atualmente, a entidade também tem limitações para desenvolver reuniões e não há uma sala específica para a prática.
“É um questão sempre complicada, às vezes eles estão com crise, não estão bem ou estão agitados. Nós circulamos muito pela casa também e é preciso cuidar com o acesso a setores como a cozinha”, resume.
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Ela acredita que a nova estrutura irá reduzir o desgaste de moradores e profissionais, devido ao menor barulho e movimentação entre as áreas de operação administrativa e de residência inclusiva. No novo espaço também deve ser instalado o setor de telemarketing, uma das apostas para tentar melhorar as arrecadações necessárias.
Fontes variadas
Catia reconhece que tirar o projeto do papel vai exigir ainda mais esforço e dedicação do grupo. Para viabilizar a proposta, aposta na diversificação das fontes de recursos.
São as doações, convênios e ações específicas que ajudam na manutenção da entidade. Nenhum dos moradores paga por qualquer serviço ou atendimento recebido. “As doações são muito importantes e parte significativa dos recursos”.
A forma de viabilizar o projeto ainda é debatida internamente, mas a inscrição do projeto para receber recursos externos é cogitada. Entre as alternativas, estão os valores de penas pecuniárias da Vara Criminal ou de verbas de subvenções estaduais, além da busca por parcerias com a iniciativa privada.
A busca de recursos no Judiciário, pelo Juizado Especial Cível e Criminal, já foi utilizada pela entidade para o desenvolvimento de outros projetos internos. Entre eles, Catia destaca a viabilização de novos bancos, TVs e câmeras de monitoramento para entidade e parte da pintura e reforma, feitas no ano passado.
De acordo com ela, com o engajamento comunitário da cidade, os trâmites burocráticos são os principais obstáculos a serem enfrentados. Além do detalhamento exigido, afirma, os prazos necessários dificultam o acesso aos possíveis recursos.