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Leilão de imóveis da fábrica de tecidos Carlos Renaux é previsto para janeiro de 2016

Perito avaliou patrimônio da massa falida em R$ 72 milhões; interessados ainda podem contestar valor

O leilão de bens imóveis da fábrica de tecidos Carlos Renaux, cuja falência foi decretada pela Justiça em julho de 2013, deverá ser realizado no fim de janeiro de 2016, informa o administrador judicial da massa falida, Gílson Sgrott. O perito judicial contratado para avaliar o patrimônio imobiliário da empresa concluiu recentemente seu relatório, o qual estima que a totalidade do patrimônio vale, atualmente, R$ 72 milhões.

O relatório leva em consideração o parque fabril da Renaux, e toda a área construída que dele faz parte, incluindo a mansão conhecida como Vila Ida. Também constam os imóveis em nome da fábrica, mas que estão dispersos em outros locais. Agora, abre-se prazo para que os interessados – sindicatos, credores e Ministério Público – se manifestem sobre a avaliação dos bens, informando se concordam ou não com os valores apresentados.

Caso haja impugnação, a juíza Clarice Lanzarini, da Vara Comercial, é quem decide se acata ou não o pedido de revisão dos valores. Não havendo impugnação, a Justiça marca uma data para o leilão dos bens. Sgrott explica que é impossível que isso seja realizado ainda neste ano porque, conforme a lei, o leilão precisa ser marcado com 30 dias de antecedência.

Paralelo a isso, uma empresa credenciada junto ao processo de falência está realizando, no mercado financeiro, levantamento de valores que possam ser recuperados pela massa falida, como dívidas não quitadas de credores com a fábrica. Ainda não há estimativa de quanto pode ser recuperado com essa ação.

O leilão de maquinário rendeu à fábrica R$ 2,5 milhões que, somados aos R$ 72 milhões da venda dos imóveis, geram quase R$ 75 milhões em valores depositados na conta da falência, e que servirão para pagar os credores. Este valor ainda é pouco, visto que a dívida total estimada da empresa é em torno de R$ 300 milhões.

Conforme Sgrott, mesmo depois de consolidada a venda do patrimônio todo da fábrica, ainda não será possível realizar o pagamento dos credores. Isso porque é preciso que a lista das pessoas que tenham valores a receber da Renaux esteja consolidada, o que ainda não é possível, porque existem diversas ações trabalhistas em andamento, envolvendo a fábrica.

“Enquanto essas ações não forem todas julgadas não é possível começar os pagamentos”, adianta Sgrott. Ainda segundo o administrador judicial, os primeiros na lista para receber os valores devidos são os credores trabalhistas. Pela ordem, recebem primeiro os que estavam na empresa quando foi pedida a recuperação judicial.