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Leite atinge o preço mais caro da história de Santa Catarina

Segundo o Cepea, o reajuste médio para o consumidor ficou em 14,4% em julho na comparação com o mês anterior

O leite vendido ao consumidor está mais caro. Nas prateleiras dos supermercados brusquenses, o litro está custando em média R$ 2,40. Segundo relatórios do Centro de Pesquisas Avançadas em Economia Aplicada da USP (Cepea), o reajuste médio ao consumidor ficou em 14,4% em julho, em comparação ao mês anterior. Desde o começo do ano, os preços subiram, em média, 40%. Pesquisadores afirmam que as causas do preço inflacionado variam desde o aumento nos custos de produção até a alta demanda do produto.
Segundo o Cepea, o preço do leite pago ao produtor teve novo reajuste em julho, acumulando sucessivas altas ao longo de todo o primeiro semestre de 2013 e sendo o maior patamar desde setembro de 2007. O preço bruto do leite pago ao produtor (que inclui frete e impostos) calculado pela entidade, alcançou R$ 1,0544 por litro em julho. Em relação ao mês anterior, a média registrou alta de 3,6%. Os consumidores também notaram o aumento dos preços, e reclamam. “Há um mês, você pagava R$ 2,05, no máximo. Hoje já chega a R$ 2,60.  É um absurdo. Quem tem criança em casa, que consome muito, sente no bolso essa diferença”, diz o comerciante Franklin Silva.
O agrônomo e pesquisador do Cepea, Paulo Ozaki, diz que a demanda pelo produto no varejo é alta, e a produção, embora esteja em crescimento, não consegue dar conta. “O mercado está aquecido, a procura pelo leite continua grande, e os produtores não conseguem produzir mais do que a cota atual”. Ozaki afirma ainda que a estiagem prolongada neste ano provocou a diminuição das pastagens, e, por consequência, a produção de leite teve um recuo. “A captação de leite até aumentou nesse mês, em torno de 6,73%, mas isso ainda é pouco”, ressalta o agrônomo.
Ração mais cara
Outra causa apontada pelos pesquisadores do Cepea para a alta do preço do leite foi o encarecimento da ração distribuída ao gado. A produção de milho está em déficit nos estados do Sul do país, segundo o Ministério da Agricultura. “Isso se reflete no preço, o milho é um dos principais componentes na ração bovina. Com a escassez do produto, produtores repassam essa dificuldade ao comprador, que a repassa ao consumidor”, afirma Ozaki.
Previsão de reajustes
De acordo com o Cepea, as baixas temperaturas registradas em julho no Sul do país podem tornar os preços ainda mais salgados. “O frio intenso tem prejudicado bastante o desenvolvimento das pastagens, e a produção deve recuar. Com isso, há previsão de nova alta dos preços”, destaca Ozaki.
Entre os compradores ouvidos pelo Cepea, 56%  acreditam que haverá novo aumento de preços em agosto e 40,3% indicam estabilidade. Somente 3,7% dos compradores sinalizam queda de preços para agosto. “Ainda não há como precisar, mas certamente ficará mais caro do que o preço atual”, diz o agrônomo. O preço pago ao produtor em Santa Catarina, em julho, teve alta de 6,5%. Os estados que tiveram as menores médias foram Bahia e Rio Grande do Sul. O preço bruto no primeiro teve incremento de 3,6% e no segundo, de 4%.