Líder do governo acusa Keka de intimidar servidores da Câmara e cancela reunião
Presidente interino diz que vereadores em viagem foi o real motivo para o cancelamento
Os vereadores de situação desistiram de convocar por maioria absoluta uma sessão extraordinária para votar a nova mesa diretora da Câmara de Vereadores, após o presidente interino Gerson Luís Morelli, o Keka (PSB), rejeitar realizar a sessão. O líder do governo, Alessandro Simas (PSD), diz que os parlamentares decidiram recuar porque os servidores estão sendo intimidados.
“Com o despacho deles nos reunimos. Iríamos fazer a sessão, mas ele proibiu todos os funcionários de comparecerem. Para não criarmos problemas e constrangimentos aos servidores decidimos esperar até o dia 4 de fevereiro”, afirma Simas.
Sobre as acusações feitas pelo presidente interino na coletiva de imprensa de quinta-feira, o líder de governo declarou que os vereadores irão responder e ainda acusou Keka de ser autoritário e arbitrário.
“Que ele aproveite esses 45 dias para sentar no trono, porque será só nesses dias que ele ficará lá”, provoca. Simas acredita que Keka foi influenciado a não seguir o acordo para que Ivan Martins (PSD), que renunciou à vice-presidência, fosse eleito presidente da Câmara no dia 17, mas não citou nomes.
A primeira sessão ordinária do ano ficou marcada para o dia 4 de fevereiro, quando irá ocorrer eleição para os cargos de presidente e vice-presidente da Câmara.
“Cancelaram por outros motivos”
Keka nega as acusações. Ele afirma que não intimidou e nem ameaçou ninguém. “Deixa ele (Simas) falar do que quiser. O que eu falei é que os funcionários estariam em recesso e, portanto, não estariam lá no sábado”. O presidente interino lembra que os vereadores recebem para participar de sessões extraordinárias e que a Câmara teria que pagar hora-extra aos funcionários para realizar a sessão.
“Não há justificativa para uma extraordinária. E eles cancelaram por outros motivos. Tem vereador viajando para fora do estado, tem jogo do Flamengo, outras coisas”. Ele finaliza afirmando que alguns vereadores querem tumultuar o ambiente.
O que diz o regimento interno:
Seção II – Das Reuniões Extraordinárias
Art. 44. A convocação para Reuniões Extraordinárias, sempre justificada, se fará:
I – pelo Prefeito;
II – pelo Presidente da Câmara;
III – por iniciativa da maioria absoluta dos Vereadores;
IV – pela Comissão Representativa.
§ 1º Da convocação Extraordinária, obrigatoriamente constará:
a) exposição de motivos;
b) matéria a ser apreciada.
§ 2º A convocação pelo Presidente da Câmara será feita com antecedência mínima de três dias, durante Período Ordinário e, de sete dias, durante o recesso parlamentar.
§ 3º A convocação pelo Prefeito, será feita diretamente ao Presidente.
§ 4º De posse do ofício, o Presidente, se o receber:
a) durante o período ordinário, fará simples comunicação ao Plenário a qual será inserida em Ata;
b) durante o recesso, cientificará os vereadores através de citação, com antecedência mínima de sete dias.
§ 5º A convocação por iniciativa da maioria absoluta dos Vereadores, se fará durante os períodos Ordinário e de Recesso, por requerimento, atendido ao disposto nas letras “a” e “b” do parágrafo 4º, deste artigo.
§ 6º A convocação por iniciativa da Comissão Representativa se fará durante o período de recesso, por requerimento, atendido ao disposto na letra “b”, do parágrafo 4º, deste artigo.
§ 7º Na omissão ou recusa do Presidente da Câmara, o Prefeito poderá cientificar, obedecido o prazo previsto no parágrafo anterior, diretamente aos Vereadores, através de convocação pessoal escrita.§ 8º Durante a convocação Extraordinária, será apreciada apenas a matéria que a motivou.