Lideranças de Brusque avaliam permanência de Temer na presidência da República
Entendimento majoritário é que economia sofrerá menos, mas é necessário investigar crimes
A continuidade de Michel Temer na presidência da República, decidida pela Câmara dos Deputados na quarta-feira, 2, é vista sob dois pontos de vista distintos pelas lideranças políticas e da sociedade civil de Brusque. Por um lado é importante investigar se o presidente cometeu crimes, por outro, o país já passa por situação econômica difícil e uma nova ruptura poderia piorar tudo.
A denúncia contra Michel Temer foi arquivada pela Câmara, pelo placar de 263 votos a favor do presidente e 227 contra. Dois deputados se abstiveram e 19 não compareceram.
Com isso, a denúncia ficará arquivada no Senado até o fim do mandato de Temer, em 2018. Depois, ela poderá ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Temer já anunciou que continuará com a agenda de reformas, dentre as quais a mais polêmica: a da Previdência. “Faremos todas as demais reformas estruturantes que o país necessita”, afirmou o presidente em pronunciamento logo após a vitória na Câmara.
Halisson Habitzreuter
Presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr)
Para Halisson Habitzreuter, “se houve irregularidade, tem que ser investigado”. No entanto, ele avalia que a economia sofrerá menos com a permanência de Michel Temer no comando do país.
“O Temer está fazendo o que é preciso, como a terceirização, a reforma trabalhista”, diz o presidente da Acibr. Apesar da crise no centro do governo – que deve continuar, com a oposição obstruindo ao máximo -, Habitzreuter espera que o presidente realize as reformas da Previdência e Política, consideradas por ele como fundamentais.
Ari Vequi (PMDB)
Vice-prefeito de Brusque
Para o peemedebista, a decisão de arquivar a denúncia contra o presidente foi acertada. “Apoio a decisão dos cinco deputados do PMDB de Santa Catarina”, afirma Ari Vequi. Ele avalia que a continuidade é boa para Brusque, visto que ele e o prefeito Jonas Paegle estiveram em Brasília e tiveram acesso direto a Temer para mostrar as demandas da prefeitura.
Vequi afirma que o exemplo do que aconteceria com o Brasil se o presidente fosse afastado está em Brusque. A prefeitura teve três prefeitos entre 2015 e 2017. “Agora estamos tendo que arrumar a cidade”.
O vice-prefeito também avalia que Temer é o único com condições políticas para realizar reformas impopulares, como a previdenciária. “Se não for ele, ninguém vai propor medidas impopulares ou contra si próprio”.
Michel Belli
Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque
Belli vai na mesma linha de que é necessário investigar se o presidente cometeu crimes, mas a economia nacional sofreria caso houvesse um novo impeachment.
O presidente da CDL avalia que, do ponto de vista do lojista, que necessita que a economia vá bem para vender em quantidade, a continuidade de Temer no poder é benéfica. “No final das contas, foi bom para a economia”.
Günther Lother Pertschy
Reitor da Unifebe
Pertschy avalia que o resultado era esperado porque a corrupção é sistêmica na política nacional. “Poderia afastar o Temer e colocar o presidente da Câmara ou do Senado que não mudaria nada”.
Para o reitor, o sistema está corrompido e a melhor forma de começar a mudá-lo é eleger bons representantes em 2018. “A grande oportunidade é nas novas eleições. Teremos a oportunidade de começar o processo”, diz.
Ele diz que é inconcebível que o país tenha 35 partidos. A reforma política é primordial, assim como a tributária, a previdenciária e a administrativa, na visão do reitor da Unifebe. Para ele, o Estado brasileiro é muito pesado, por isso precisa ser redimensionado.