Lideranças do PSL em Santa Catarina falam línguas diferentes e não se entendem
Espaço pequeno
Pelo que ambos andam dizendo um do outro, em pouco tempo o PSL de SC não terá mais espaço para duas de suas principais lideranças: o deputado federal Coronel Armando e o presidente estadual do partido, Lucas Esmeraldino. Nas decisões e opiniões um fala grego e o outro javanês. No meio de tudo, ou acima de tudo, estão vaidades e disputa pelo poder.
“Grande serviço”
Em entrevista para a Rádio Som Maior, de Criciúma, e falando de Londres, o ex-governador Pinho Moreira admitiu que realmente havia (e há ainda, obviamente) incentivos fiscais incabíveis dentre os R$ 6 bilhões de renúncia fiscal anual. Esqueceu de dizer que o pai de tanta generosidade foi o governador Luiz Henrique da Silveira, que até negociou o aumento do duodécimo dos poderes para ser deixado em paz. Moreira disse que a CPI da Assembleia Legislativa que vai investigar essa caixa-preta prestará um “grande serviço” ao estado. A conferir. Se diz isso é porque não teme nada?
Iguais 1
Os analistas políticos estão um tanto perdidos, atônitos até, com os Bolsonaro. Ontem se questionaram se o 02, Carlos, vereador no Rio de Janeiro, que estava em Florianópolis, teria evitado que o pai, sozinho em Brasília, em pleno Carnaval, postasse em rede social aquele infame vídeo obsceno, sem se dar conta que agora é presidente da República e tem que abandonar totalmente certos embates. Cada vez mais há uma conclusão óbvia: o pai presidente e os filhos são iguais.
Iguais 2
Depois da postagem, Bolsonaro perguntou o que significava “golden shower” (chuva dourada, em tradução literal). Assim se chama o ato, que é visto como um fetiche, de fazer xixi na frente de um parceiro ou sobre ele. Um presidente da República se ocupar com isso?
Iguais 3
É certo que há uma histeria da mídia sobre o episódio, de todo lamentável, sem dúvida. Mas não se deve esquecer que o ex-presidente Lula certa vez disse, que em relação ao segmento feminino do PT, que elas eram “mulheres do grelo duro”. Riu-se muito e não teve condenações maiores.
Hipocrisia
A representação da luta entre Jesus e o diabo levada à avenida pela escola de samba Gaviões da Fiel, de São Paulo, monopolizou debates na tarde de anteontem na Assembleia Legislativa. A condenação foi geral. E nenhum comentário sobre o imenso festival, inclusive em SC, de seios e bundas à mostra, ao vivo e à cores, em redes de televisão. E com crianças assistindo na sala.
Solidariedade
O deputado estadual João Amin (PP), ao se solidarizar com o ex-presidente Lula e condenar comentário infeliz de um filho do presidente Jair Bolsonaro sobre a ida dele ao velório do neto, vítima de meningite, lembrou da experiência de sua mãe, a deputada federal Ângela Amin, vítima de doença, contraída no morro da Penitenciária, em Florianópolis, quando fazia trabalho social. Até hoje tem sequelas e faz tratamento para reumatismo.
Sem jogos
Dos mais de 30 vetos do governador Carlos Moises a projetos de lei aprovados no Legislativo, três começaram a serem discutidos nesta semana. Um deles institui os Jogos Universitários Catarinenses (JUC’s). O parecer é pela manutenção do veto. Lamentável.
“De gaveta”
Não foi de ressaca carnavalesca a tarde e noite no Legislativo estadual, anteontem. Os deputados estaduais aprovaram um pedido de informações para que o secretário da Fazenda, Paulo Eli, esclareça a expressão benefícios fiscais “de gaveta”, algo como uma caixa-preta, tão fechada que nem o Tribunal de Contas conseguiu acessar. O que espanta é existir incentivo “de gaveta” quando se sabe que todo o sistema tributário é informatizado.
Filha pródiga
Uma pena que as pessoas envolvidas não se deram conta da importância do fato que foi a visita recente a São Francisco do Sul da francesa Dorothée Linares, de 45 anos, descendente da décima quarta geração do índio carijó Iça-Mirim, que teria sido levado para a França em 1504 pelo comerciante e navegador Binot Paulmier de Gonneville e que não retornou jamais ao Brasil. Rebatizado como Essomerico, casou com uma parente de Goneville, teve 14 filhos e morreu com 95 anos. Ex-executiva de empresa agora dedicada à literatura, Dorothée quer escrever um livro para o público infanto-juvenil sobre essa odisseia à francesa.