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Litoral de Santa Catarina tem mais de 60 pontos impróprios para banho

Locais pesquisados indicam a presença de coliformes fecais na água

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) fez um levantamento das condições de balneabilidade do Litoral catarinense. O resultado é que muitas praias não têm condições mínimas para receber os banhistas, como é o caso de duas das quatro praias de Navegantes – um dos principais destinos dos brusquenses. Especialista ouvido pela reportagem chama atenção para os cuidados com a água contaminada.

A Fatma avalia se a água coletada possui algum traço de Escherichia Coli. Este grupo de bactérias fica no intestino de animais e humanos, por isso, a presença delas é indicativo de que há fezes no mar. Os técnicos da fundação fazem avaliações semanais em diversos pontos do Litoral de Santa Catarina.

O critério para considerar um local próprio para banho é que em 80% de uma amostra tenha, no máximo, 800 Escherichia Coli em 100 mililitros de água. O parâmetro é o contrário para um local ser classificado como contraindicado. Se uma amostra apresentar mais de 20% de bactérias, o ponto é impróprio para humanos.

O relatório da Fatma indica que dos 201 pontos analisados em todo o Litoral, 67 estão impróprios para o banho. Na região, municípios praianos tradicionais estão mal colocados. Itapema, por exemplo, possui cinco pontos impróprios, diante de três próprios para a diversão dos turistas.

Em Balneário Camboriú, um dos destinos de verão mais badalados do país, a Fatma coletou amostras em 14 lugares, dos quais quatro deram positivo para a presença de fezes na água. No total, dentre as 57 praias monitoradas entre os municípios de Navegantes, Porto Belo, Piçarras, Penha, Itapema, Itajaí, Bombinhas e Balneário Camboriú, 36 estão aptas para banho, e 21, não.

Riscos de contaminação

O engenheiro sanitarista Luan Freisleben explica que a contaminação da água pela Escherichia Coli é um sinal de que o tratamento de água no município não está funcionando como devia. A principal causa desta situação é o despejo de esgoto. Os dejetos contaminam os rios, que, em cadeia, desembocam no mar.

A ingestação da água imprópria, comum em mergulhos, pode gerar contaminação pelo chamado rotavírus. “Os principais sintomas são vômito e diarreia”, explica o engenheiro sanitarista. Ele esclarece que não importa a quantidade de líquido ingerido, um pouco já pode causar esta doença. Freisleben diz que também é comum as pessoas terem micoses por causa da água suja do mar.

O verão se avizinha e não há muitas ações que a Fatma ou mesmo os órgãos ambientais dos municípios possam tomar. Freisleben afirma que parar de depositar o esgoto no rio, e por consequência no mar, exige uma estrutura – que muitas cidades não têm – o que inviabiliza qualquer ação paliativa. O engenheiro recomenda que as pessoas respeitem o relatório da Fatma e não se banhem em pontos considerados impróprios.

>> Veja no mapa a condição das praias de SC