Livro que retrata a morte do industrial Ivo Renaux é um dos mais procurados nas livrarias de Brusque

Interesse aumentou após lançamento de peça baseada na obra Tragédia e Mistério na Villa Renaux, de João Carlos Mosimann

Livro que retrata a morte do industrial Ivo Renaux é um dos mais procurados nas livrarias de Brusque

Interesse aumentou após lançamento de peça baseada na obra Tragédia e Mistério na Villa Renaux, de João Carlos Mosimann

Dezessete anos após o lançamento de sua primeira edição, o livro Tragédia e Mistério na Villa Renaux, de João Carlos Mosimann, ainda é muito procurado nas livrarias de Brusque. A obra retrata a morte do industrial Ivo Renaux, ocorrida em julho de 1949, na residência da família: a Villa Ida, localizada aos fundos da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux.

O caso teve repercussão nacional e atraiu a atenção da opinião pública pelas circunstâncias e pessoas envolvidas e, até hoje, é motivo de curiosidade dos brusquenses. O interesse pela história sempre existiu na cidade, mas desde o ano passado cresceu ainda mais devido à peça teatral “Ao Som dos Teares”, baseada no livro de Mosimann.

Com todas as sessões lotadas, o espetáculo reacendeu a curiosidade e provocou uma grande procura pelo livro nas livrarias da cidade. Todos os meses, os estabelecimentos são questionados sobre a obra, que está esgotada desde 2006, ano em que foi lançada a sua segunda edição.

“Esse livro está esgotado já faz muito tempo, sempre teve procura por ele, mas quando saiu a peça aumentou bastante, mas não temos informação se haverá uma nova edição. A peça deixou todo mundo muito curioso”, diz a auxiliar administrativo da Livraria Graf, Daiane Samara Amorim.

Duas edições do livro, lançadas em 2000 e 2006, estão esgotadas / Foto: Bárbara Sales
Duas edições do livro, lançadas em 2000 e 2006, estão esgotadas / Foto: Bárbara Sales

Assim como na Graf, a Livraria Brusquense e a Livraria Mosimann também recebem muitos questionamentos sobre a obra. “Seria muito bom se tivesse uma nova edição, com certeza, muitos leitores comprariam o livro, porque mesmo passado muito tempo, ainda temos bastante procura”, diz Rose Blumer, da Mosimann.

Material raro

A tiragem do livro foi de mil exemplares para cada edição, por isso, a obra é considerada rara. Na Biblioteca Pública Municial Ary Cabral, por exemplo, existem quatro exemplares. Dois deles são aptos para empréstimo e os outros dois são apenas para consulta no local. “É um material histórico, não se sabe se haverá uma nova edição, por isso temos esse cuidado”, diz a bibliotecária Kátia Maria Costa.

Segundo ela, o interesse do brusquense pela história sempre foi muito grande. “Tem muita procura de pessoas curiosas pela história. Ele normalmente é bastante procurado, por isso não percebi um aumento por causa da peça teatral, mas sempre tem muitos comentários sobre o livro”, destaca.

A bibliotecária lembra que a obra é muito procurada por pesquisadores, principalmente estudantes de Direito e Jornalismo. “Não usamos muito essa prática de não emprestar o livro, mas como geralmente ele está fora, a única alternativa é pesquisar no local”, diz.

Autor não descarta uma nova edição

Em entrevista exclusiva ao Município Dia a Dia, o autor João Carlos Mosimann, 74 anos, diz que não tem em mente planos para lançar uma nova edição no livro, no entanto, ele também não descarta esta possibilidade. “Não tenho planos de retomar esta edição a não ser que alguma editora se interesse. Tenho seis livros publicados e cinco deles estão esgotados. Se eu for me dedicar aos livros esgotados não terei tempo para os próximos”, diz.

Mosimann afirma que está aberto ao diálogo e que, para uma possível terceira edição do livro, pensa em fazer uma revisão da obra. “Eu gostaria de uma revisão geral no texto porque existem novidades, muitas pessoas já não estão mais aí para contar a história, teria que atualizar os dados sobre as pessoas que participaram dos eventos”.

O autor também ressalta a vontade de romantizar mais o livro, já que a obra partiu para o lado técnico. “Na época, eu tive que deixar o romantismo de lado, mas a história tem um lado romântico já que era um casal, eles namoraram, noivaram e casaram. Tive que deixar isso de lado para deixar o livro mais técnico porque havia no ar algumas ameaças de processo. Ninguém sabia o que vinha pela frente”.

Mosimann comemora a repercussão da obra e o sucesso das duas edições, acentuado nos últimos meses pela peça “Ao Som dos Teares”. “É uma pena que o livro esteja esgotado porque a peça realmente atiçou a procura pelo livro e não há mais disponibilidade. Observo uma venda grande do livro nos sebos, mas por ser um material raro, encarece o livro, ele acaba saindo mais caro do que custava na livraria”.

O autor diz que ainda não teve a oportunidade de assistir a peça, que será reapresentada nos dias 5, 6 e 7 de maio. “Eu recebi a notícia da peça com muito orgulho, não tive a sorte de assisti-la, vamos ver se agora eu consigo comparecer”.

Impressões da família

Mosimann lembra que depois do lançamento do livro recebeu críticas positivas da família Renaux. “A família aceitou bem o livro, falaram que fui fiel aos fatos”, diz.

Ele destaca que teve muito contato com Dagmar Sylvia (já falecida), esposa de Ivo Renaux, durante a produção do livro e também depois que a obra foi lançada. “Lembro de um fato curioso. Eu mandei um exemplar para ela e depois de um tempo pedi a sua opinião. Ela me disse que havia parado de ler na página 35, eu questionei o motivo e ela disse que eu estava a incriminando. Então expliquei que não era bem assim, que naquela parte do livro era a opinião da imprensa, que teve muita repercussão e que o livro era isento, não incriminava ninguém. Nunca vou esquecer deste diálogo”, diz.

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