Locação de veículos reduzirá custos em quase R$ 300 mil no primeiro ano, diz Prefeitura de Brusque
Município elaborou estudo que indica redução ainda maior de custos nos próximos anos
Município elaborou estudo que indica redução ainda maior de custos nos próximos anos
O projeto de modernização da frota recentemente anunciado pela Prefeitura de Brusque, que tem como principal ponto a locação de veículos leves, em vez da compra, deverá gerar uma economia de cerca de R$ 300 mil aos cofres públicos, nos primeiros 12 meses de implantação.
A estimativa é de um estudo realizado pela Secretaria de Governo e Gestão Estratégica, que se baseou em modelo adotado pelo governo do estado de Minas Gerais, que deu certo e hoje é utilizado como parâmetro para redução de custos com a frota de veículo.
De acordo com o coordenador da pasta, André Vechi, a prefeitura decidiu por locar veículos leves a partir de 2019, em vez de comprar novos, após constatar que os custos com a manutenção da frota estavam muito elevados.
Hoje a prefeitura possui 218 veículos emplacados registrados em seu patrimônio, e mais de 50 deles têm parecer da área técnica para a necessidade de serem trocados.
O governo aposta em uma mudança na política de frota para reduzir os custos. No ano passado, as despesas com manutenção dos veículos da prefeitura subiram quase 17%.
Um gráfico comparativo elaborado pela prefeitura demonstra que os gastos do município com manutenção são considerados bastante elevados, visto que nas cidades vizinhas como Itajaí e Balneário Camboriú, o custo per capita é até 50% menor do que o de Brusque, onde cada cidadão contribuiu com R$ 11,48 para a manutenção da frota em 2017.
Para levar o projeto de terceirização da frota adiante, a prefeitura realizou um diagnóstico da atual situação. Com base em critérios técnicos, foram definidos os veículos que estão em bom estado, os que precisam de reparos, os que ainda duram alguns anos e os que precisam ser trocados imediatamente.
Inicialmente, foram identificados 46 veículos cujo parecer é pela substituição. A intenção do governo era, em janeiro próximo, já colocar esses carros para leilão e substituí-los por veículos locados, que começariam a rodar em fevereiro.
No entanto, a intenção esbarrou em possibilidades financeiras, e o setor de orçamento autorizou a troca de 30 veículos no início de 2019. Portanto, a partir de fevereiro, 30 veículos locados passarão a ser utilizados pela prefeitura.
Essa troca imediata, conforme planilhas elaboradas pela prefeitura, trará, nos primeiros 12 meses, uma economia de R$ 287,9 mil. Essa economia poderá chegar a R$ 500 mil quando for feita a terceirização de um segundo lote que, somado ao primeiro, somam 76 veículos.
Segundo Vechi, essa economia ocorrerá porque, no caso da compra de um veículo novo, além do valor pago há os custos anuais com DPVAT, manutenção preventiva e corretiva, seguro e IPVA, além do chamado custo de indisponibilidade, quando outro veículo precisa ser remanejado para substituir o que está em manutenção.
No contrato de locação, pondera Vechi, o governo só precisa arcar com os custos mensais do aluguel dos carros, já que a empresa locatária é que se responsabilizará por seguro e manutenção.
Na planilha elaborada pela prefeitura, já está computado também o valor que voltaria para a prefeitura quando o carro for vendido, cuja estimativa é de um valor de até 70% da tabela Fipe. O custo com o combustível permanece o mesmo.
No material elaborado pelo poder Executivo, estão citados exemplos de veículos a serem locados, e a redução de custos que isso acarretaria.
Para um Gol 1.0, por exemplo, o valor de mercado apurado para compra foi de R$ 44,9 mil. Somando-se os custos de manutenção e documentação, e descontando-se o valor pelo qual ele pode ser vendido posteriormente, o carro custaria, em um ano, R$ 25,9 mil à prefeitura.
A locação do mesmo Gol 1.0 por 12 meses foi orçada em R$ 17,1 mil pelo governo, o que geraria uma economia anual de R$ 8,7 mil neste veículo.
No caso de veículos maiores, como a caminhonete Amarok, essa diferença pode chegar a R$ 15 mil anuais.
“Diante deste estudo chegamos à conclusão que o aluguel é a melhor opção para o município”, afirma o coordenador da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica.
Ele explica que, além da economia direta, há também economia com custos administrativos, pois o governo não precisará fazer tantas licitações para manutenção de veículos, nem deslocar funcionários para cuidarem da documentação e tratar com fornecedores e prestadores de serviço.
Para garantir que veículos locados não rodem em más condições, a prefeitura informa que estipulará no contrato de locação que eles não podem ter mais de 80 mil quilômetros rodados, e devem ser substituídos quando isso acontecer.
Há, no entanto, outro problema a ser contornado: as despesas eventualmente geradas pela falta de cuidado dos funcionários com a frota alugada.
Para isso, a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica informou que será necessária a criação de um sistema de identificação, via cartão pessoal, de todos os servidores que dirigirem os veículos da prefeitura.
Hoje, se alguém bate o carro é difícil encontrar o culpado. A intenção é que todo o responsável por deterioração de veículo seja identificado e responda a processo administrativo. Com isso, o governo acredita que aumentarão os cuidados com a frota.
A prefeitura garante a disponibilização, no próximo ano, de um sistema para a população monitorar onde estão os carros, por meio do Portal da Transparência.
Gradativamente, a prefeitura pretende substituir todos os veículos que forem necessários e possíveis por terceirizados. Mas isso não irá atingir 100% da frota.
Segundo o governo, há veículos que não podem ser locados, como as ambulâncias da Secretaria de Saúde, por exemplo.
Da mesma forma, a prefeitura irá receber veículos comprados com recursos de emendas parlamentares, e não poderá se negar a recebê-los.
Veículos para trabalhos pesados também não serão locados. Caminhonetes para a Secretaria de Obras, por exemplo, devem continuar sendo compradas. Isso porque o material transportado pelos funcionários, como areia, cimento e cal, deteriora esses veículos e, se forem locados, o governo terá que arcar com os custos.
André Vechi diz que o projeto, no papel, mostra-se acertado, mas o governo avaliará seus resultados. “Faz parte do ciclo da política a avaliação. Quando fechar um ano do modelo de locação se consegue fazer uma comparação se é vantagem continuar assim. O estudo mostrou que sim”, diz.
Ele avalia que o início com a substituição de 30 carros servirá também para avaliar, na prática, o funcionamento do projeto – um número maior poderia gerar problemas, em caso de necessidade de ajustes na proposta.