Luciano Hang será indiciado pela CPI da Pandemia, diz Renan Calheiros; veja alegações do senador
Relator da comissão afirma que empresário "responderá por crimes até o final de sua vida"
Durante a CPI da Pandemia nesta quinta-feira, 30, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão do Senado, confirmou que o nome de Luciano Hang constará no relatório final e ele será indiciado “por vários crimes”, alegando possuir documentos que provam participação criminosa do empresário.
O discurso foi feito logo após a CPI iniciar a sessão que ouve o empresário Otávio Fakhoury, suspeito de financiar informações falsas sobre a pandemia. A comissão deve votar o relatório no dia 30 de outubro, sendo apresentado no dia anterior à votação.
“Fique certo que temos elementos probantes, um elenco comprobatório imenso, da participação criminosa do senhor Luciano Hang em vários momentos desta pandemia, patrocinando, defendendo, postando e financiando a política equivocada de enfrentamento [da pandemia], do presidente da República”, disse Renan.
O senador criticou ainda a postura do empresário e o chamou de “papagaio que não quer falar”. Citou também a declaração de Hang que classificou como “um erro” a acusação de fraude no atestado de óbito da própria mãe por parte da operadora de saúde Prevent Senior. Renan confrontou o discurso e disse que o depoimento do empresário confirmou muitas acusações.
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Além disso, ele afirmou que todos os depoentes ligados ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) possuem uma “tática” semelhante, e disse que no interrogatório com Hang não foi diferente. “Já ouvimos muita gente. Todos os depoentes ligados ao governo tiveram a mesma tática. Eles procuraram negar o negacionismo. Pedimos apenas que ele (Luciano Hang) fizesse um depoimento preciso, o que ele em nenhum momento fez”, diz.
Por fim, confirmou que o empresário será indiciado no relatório. Além disso, afirmou que Luciano Hang terá que responder pelos crimes que Renan diz ter como provar “até o final de sua vida”. Após o discurso, a CPI da Pandemia deu continuidade na sessão desta quinta-feira.
“Seja como for, ele (Hang) constará no relatório. Será indiciado por vários crimes e vai ter que se a haver com estes crimes, respondendo por eles até o final da sua vida. Não tenham nenhuma dúvida de que isso vai acontecer”, disse aos senadores membros da comissão.
“Eu estava sendo tratado como um bandido”
Não foi possível contato com Hang após a fala de Renan Calheiros. No entanto, após o encerramento de sua participação na CPI, ele avaliou a sessão e compartilhou seu sentimento em coletiva de imprensa ao lado dos senadores Jorginho Mello (PL-SC), Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e Marcos Rogério (DEM-RO).
O depoimento de Luciano Hang levou aproximadamente sete horas. Nele, diversos questionamentos foram levantados pelos senadores. “Ficaram me interrogando a todo momento. Eles podiam falar e fazer o que bem queriam, mas naquela cadeira eu estava sendo tratado como um bandido”, disse.
O dono das lojas Havan também comparou a CPI da Pandemia ao tribunal de inquisição. “Nunca imaginei na minha vida de empreendedor e de cidadão brasileiro passar por esse tribunal de inquisição. Esse sim é um tribunal de inquisição”, falou. Além disso, destacou que em momento algum provas contra ele foram apresentadas.
Ao final da coletiva Luciano Hang fez homenagem para as mulheres do Brasil, agradeceu ao apoio de todos os cidadãos brasileiros e mencionou uma fala de sua esposa. Conforme o empresário, a esposa teria dito que ele seria atacado, mas que a verdade estava com ele.
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