Luizinho Lopes relata dificuldades do Brusque com o clima e o ar em Manaus: “febre, vômito, diarreia”
Treinador comenta preparação, atuação das equipes e faz primeiras projeções do jogo de volta
Treinador comenta preparação, atuação das equipes e faz primeiras projeções do jogo de volta
Nos dias anteriores à final da Série C, o time do Brusque passou por dificuldades causadas pelas condições do tempo de Manaus e pela poluição do ar, conforme relatou o técnico Luizinho Lopes na coletiva de imprensa após o 0 a 0 do jogo de ida, neste domingo, 15.
O estado do Amazonas tem sofrido com seca severa e incêndios florestais, que cobrem diversas regiões do estado com fumaça. A situação tem também comprometido a qualidade do ar.
“Estamos vindo de um ambiente totalmente diferente, com muito frio, com muita chuva, enfim. Alguns dos nossos jogadores passaram mal durante a concentração. Tivemos alguns atletas que se desidrataram, sim, já aqui. Alguns jogadores passaram mal, quase metade do elenco. Febre, vômito, diarreia. A fumaça também…”, comenta Luizinho Lopes.
A delegação quadricolor está em Brusque desde quinta-feira, 12, e o treinador avalia que a estratégia para se adaptar ao clima da capital amazonense teve dois lados.
“Saímos com enchente e chegamos a um lugar com ausência de água, com uma seca. Viemos três dias antes e confesso a vocês que não tínhamos a exata noção, de que estaria exatamente como estava. Isto também causou um efeito contrário do que nós imaginávamos, de fazer uma adaptação ao calor. Nós ficamos expostos a uma poluição.”
“Este tempo que passamos aqui teve dois lados. Nós conseguimos trabalhar, ter tranquilidade. Agradeço ao Manaus, que nos proporcionou um bom campo para trabalhar. Mas, em contrapartida, ontem e hoje tivemos vários problemas.”
Com as dificuldades comentadas, e pelo que foi a partida, o treinador aprova o empate na Arena da Amazônia. “Isto interferiu na estratégia do jogo. Sem falar no calor gigante que tava aqui. Mas enfim, futebol é isso. Nem sempre se resolve só com as ações de dentro de campo, há os fatores externos também, climáticos, de campo, uma série de coisas. Não entramos para empatar, mas um empate, para a gente, não foi mau resultado.”
Brusque e Amazonas se enfrentam às 17h deste domingo, 22, no Augusto Bauer, no jogo de volta da final da Série C. Em caso de novo empate, a decisão será nos pênaltis.
Assista à coletiva na íntegra e leia outros destaques.
“Estivemos mais compactados no primeiro tempo. Um bloco médio, mais baixo. Eles conseguiram baixar nossas linhas, mas nós atacamos os espaços e criamos chances claríssimas. Uma com o [Guilherme] Queiróz, uma com o Madison. Se a gente faz o gol ali, o jogo poderia ter mudado.”
“Chance clara deles: aquela situação em que o [Éverton] Alemão fez a cobertura. Eles tiveram um volume no primeiro tempo, até os 30 minutos.”
“No segundo tempo, as coisas se inverteram. Em 30 minutos, nós baixamos o time deles. A gente tava propondo mais o jogo. Depois, perdemos um jogador, e realmente, o Amazonas conseguiu fazer uma pressão no final da partida, que teve tempos distintos.”
“Se vocês perceberem, no segundo tempo, até metade do segundo, o Brusque tinha aparência de um time mais resistente, estava com uma postura melhor fisicamente. (…) Acho que a gente conseguiu, sim, marcar bem o Amazonas. Houve algumas faltas que passam uma impressão de grandes perigos. Teve uma bola atravessada no final que o atacante chegou do lado contrário, batendo na trave. De forma geral, um jogo estudado taticamente. Acho que as duas equipes fizeram um bom jogo.”
“Quando eu faço as três mudanças [simultâneas] eu faço para trocar energia, nosso time é forte. Não porque nosso time não estava bem, talvez nós estávamos no melhor momento, e eu acabo me culpando por isso.”
“Não espero que eles vão [ao jogo de volta] para se defender. Vai ser um jogo aberto, jogo franco. No início da partida estava perto, chegamos na cara com o Queiróz, com o Madison. Quatro a quatro em finalizações no primeiro tempo. Por mais que eles tivessem mais volume, a gente estocava também, chegava forte.”
“Não à toa eles também venceram jogos fora de casa. Fizeram um p*** de um jogo com o Paysandu lá fora, jogando com personalidade. Não espero nada diferente. Espero que a gente possa se sobrepor, se impor como eles fizeram no primeiro tempo, conseguiram nos baixar. Lá nós vamos tentar fazer isto.”
“No calor da emoção, do nosso ambiente, com uma vibe positiva, nós estamos mais acostumados. A gente conhece cada pedacinho daquele terreno, vamos estar com nosso torcedor ao lado, fazendo um ambiente hostil ao adversário. Espero que esta questão comportamental, motivacional, psicológica, prevaleça a nosso favor.”
“Não esperava que estivesse desta maneira. Uma arena de Copa do Mundo [Arena da Amazônia]. Trabalhei aqui, todas as vezes que tive uma oportunidade de estar à frente de uma equipe aqui, e na última vez, em que jogamos contra o Manaus, o campo não estava deste jeito. Lamentável. O futebol do Amazonas tá crescendo, ganhando repercussão nacional. Tem uma arena linda dessas, o campo não pode estar deste jeito numa final de Campeonato Brasileiro.”
“Acho que as duas equipes conseguiram colocar a bola no chão, conseguiram jogar. Realmente, um lado estava mais precário. Mas enfim. Atrapalhou em alguns momentos, mas acredito que não comprometeu o jogo.”
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