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Luta contra os “monstros”: brusquense reflete sobre cuidados com a saúde mental durante tratamento contra o câncer

Na quarta e última reportagem do especial A Vida Continua, Fernanda mostra como lidou com os medos e preocupações após o diagnóstico

Luta contra os “monstros”: brusquense reflete sobre cuidados com a saúde mental durante tratamento contra o câncer

Na quarta e última reportagem do especial A Vida Continua, Fernanda mostra como lidou com os medos e preocupações após o diagnóstico

Após o diagnóstico do câncer de mama, a brusquense Fernanda Pereira Berns precisou lidar com um desafio tão difícil quanto a rotina do tratamento com quimioterapia: cuidar da própria saúde mental.

“Eu acho que o mais difícil foi eu aprender a lidar com os meus medos, os monstros que eu criava na minha cabeça. Isso foi um grande desafio para mim”, inicia.

Neste processo, a costureira relata que a Rede Feminina de Combate ao Câncer foi essencial para a recuperação dela, com todo o suporte oferecido. “A partir do momento que você entra da porta para dentro, você se sente acolhida. Você se sente em paz, parece que todo mundo lá dentro te entende, pois estamos todas no mesmo barco. Todas temos o mesmo proposito”, relata.

Assista ao vídeo e conheça mais sobre a história de Fernanda:

Fernanda participa do grupo de apoio às segundas-feiras. Lá, encontra as amigas da rede, além de ter acesso a profissionais da saúde constantemente. “É maravilhoso, cada uma te acolhe do jeito que pode. Uma com abraço, outra com um olhar, assim vai”, diz.

Na Rede Feminina, Fernanda teve acesso a diversos atendimentos gratuitamente. Como atendimento com nutricionista, psicóloga, enfermeiras, fisioterapeutas, terapia do reiki, além de consultas com o mastologista.

Fernanda participa ativamente do grupo de apoio na Rede Feminina, onde encontra acolhimento e suporte | Foto: Luiz Antonello/O Município

Porém, ao falar de saúde mental, Fernanda enaltece a ação da psicóloga Ana Cristina Borges Bez, que conta com uma sala preparada para receber as pacientes. Cris, como é chamada no local, atua no acolhimento e é, muitas vezes, o suporte mental durante o tratamento.

Ela recorda que Fernanda chegou ao consultório apreensiva e preocupada com o tratamento. “Nós da psicologia trabalhamos com as emoções, os sentimentos. Nesta fase tão difícil, que é um tratamento oncológico, ou até antes disso, com o diagnóstico, a descoberta do câncer, é importante que o paciente seja acolhido”, diz.

Na Rede Feminina, Cris pontua que cada paciente tem um atendimento individualizado e atento com uma equipe multidisciplinar | Foto: Luiz Antonello/O Município

Então, Fernanda começou a se abrir com Cris, que é pós-graduada em Psico-Oncologia. “Ela foi conseguindo colocar tudo isso para fora, todos os sentimentos que estavam incomodando ela”, continua.

Cris aponta que o processo terapêutico também consegue adentrar pensamentos mais profundos, traumas antigos, inclusive da infância. São emoções que continuam com as pessoas até na fase adulta. Assim, o paciente quebra essa dificuldade e sente mais leveza no dia a dia. “Eu sinto paz, libertação. Com o auxílio e acompanhamento que tenho, pude ver que estou sabendo lidar mais fácil com as situações da minha vida”, completa Fernanda.

Mais do que um abraço

Parapsicóloga, Patrícia atende Fernanda semanalmente | Foto: Luiz Antonello/O Município

Um acompanhamento importante na vida da Fernanda é o tratamento com a parapsicóloga clínica e hipnoterapeuta Patrícia Aparecida da Silva Burg.

A profissional recorda que, quando chegou ao consultório dela, Fernanda era resistente a abraços. “Eu falei para ela que o abraço é importante, pois ele te faz se sentir importante, acolhida e amada”, lembra Patrícia.

Ao falar sobre como foi assistir os episódios do especial A Vida Continua, Fernanda aponta momentos reveladores. Principalmente, segundo ela, a mudança na percepção que tinha sobre ser amada pelas pessoas próximas, de uma forma que ela nunca havia se sentido antes.

“Eu me vi, sabe? A trajetória. O depoimento da mãe eu não havia escutado, não quis escutar, pois mexe comigo. Hoje, pude ver e posso perceber que o que eu imaginava, não era. Que ela está sofrendo mais do que eu”, conta.

Então, Fernanda pôde perceber que a mente dela a sabotou durante anos. Com isso, a parapsicóloga explica que a mente é programada para sentir emoções, o que pode mudar com a força do pensamento. “A Fernanda se superou muito e vem se superando a cada momento”, completa.

Lidar com a mente

Para Fernanda, todo o suporte se complementou para auxiliar ela a lidar com questões pendentes. “Eu consegui e estou lutando hoje”, comenta.

De frente ao espelho, a brusquense relata que se vê uma mulher mais forte, que perdeu medos e que está firme no tratamento. “Eu acho que aprendi a ver a vida de forma diferente, a me olhar diferente, a pensar em mim”, reflete, ao falar de autocuidado. “A gente tem que dar mais valor a vida, apreciar os pequenos momentos e as conquistas”, diz.

“Passei a me aceitar careca, a me olhar no espelho e me achar mais bonita. Antes, com cabelo, não em achava assim, sempre tinha um defeito, e hoje careca eu me acho linda! Me vejo uma grande mulher, uma vencedora. Todas são fortes o suficiente para vencer essa doença. Todas”, finaliza.


Assista agora mesmo!

Brusquense relata mudanças na rotina familiar após diagnóstico de câncer de mama:


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