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Mãe e filha de Brusque compartilham o amor pela bocha há 32 anos

Izabel Cassaniga e Rita Cirilo têm verdadeira paixão pelo esporte

Na casa de Izabel Cassaniga, 69 anos, e Rita Sibele Cirilo, 43 anos, a bocha é levada muito a sério. Mãe e filha são atletas e há anos jogam na mesma equipe, representando Brusque em diversas competições pelo estado e até pelo país.

Tudo iniciou em 1985, quando Izabel foi convidada por uma amiga para jogar. Ela gostou do esporte e começou a treinar pela Sociedade Recreativa São Paulo, no bairro Azambuja. Depois, a equipe migrou para a Sociedade Caça e Tiro Ipiranga. Por lá, atuou por 21 anos, até voltar para a Sociedade São Paulo, onde joga até hoje.

Durante todo esse tempo, Rita acompanhou a mãe pelas canchas de Brusque e o resultado não poderia ser diferente: aos 11 anos começou a jogar e não parou mais.

Hoje, Rita atua ao lado da mãe pela equipe da Sociedade São Paulo, onde é treinadora e capitã, e também é árbitra da modalidade. Em 2010, inclusive, se tornou a primeira mulher do estado a ser árbitra de bocha nos Jogos Abertos.

“Ela ia toda vida. Com oito anos já me acompanhava e aos 11 começou a jogar de verdade”, conta Izabel. 

Rita joga desde os 11 anos de idade | Foto: Arquivo pessoal

Mãe e filha também jogam juntas nos Jogos Comunitários de Brusque pelo bairro Rio Branco e representam a cidade em diversas competições. “Participamos desde a primeira edição dos Jogos Comunitários, já representamos o Centro, Centro 2, Jardim Maluche e agora o bairro Rio Branco”, destaca Rita.

A paixão pela bocha corre na veia de mãe e filha. O esporte está sempre no centro das atenções. Toda terça-feira, elas têm um encontro marcado com outras mulheres na cancha da Sociedade São Paulo para fazerem o que mais gostam: jogar bocha.

“Quando não estou trabalhando, estou jogando bocha. Está na veia. Às vezes a gente se estressa, chega fim de ano, diz que não quer mais nem saber da bocha. Mas aí o outro ano começa, e já está todo mundo envolvido, planejando uniforme novo, competição”, diz Rita.

Nem durante a gravidez Rita deixou as competições de bocha de lado. “Joguei até sete meses. Só parei porque o médico disse: ou tu para ou vai ter teu filho dentro da cancha. Ganhei ele, passou o resguardo, e um mês e meio depois eu já estava dentro da cancha de bocha e ele no carrinho”, conta.

Izabel começou a jogar em 1985 | Foto: Arquivo pessoal

Com o passar dos anos, Izabel e Rita aprenderam a amar a bocha e lutam para desmistificar a imagem que o esporte tem. “Antigamente, a bocha era aquele esporte de boteco, que só bêbado que jogava. Hoje em dia não, é profissão. Quem joga bocha no Oeste, em São Paulo, Rio Grande do Sul, ganha para jogar. Com a regra do Rafa Vollo não pode beber dentro da cancha, a arbitragem é rígida, hoje tem mais seriedade”.

Brusque chegou a ter quase 26 equipes de bocha feminina, porém, com o passar do tempo, esse número reduziu bastante. Hoje o esporte no município é dominado pelos homens. “A bocha ainda é um esporte masculino. Eles estão na cancha de segunda a segunda, têm mais liberdade para sair. Já as mulheres é mais difícil, têm outros compromissos, nem sempre podem. É mais para as competições mesmo”.

Mãe e filha jogam juntas na Sociedade Recreativa São Paulo | Foto: Arquivo pessoal

Mãe e filha levam a bocha muito a sério. Se entram na cancha é para vencer, sempre. E quando jogam uma contra a outra, a vontade de vencer é ainda maior.

“Às vezes em algum torneio de dupla, por exemplo, acontece de cair eu contra ela. Muita gente pensa que vamos aliviar, porque somos mãe e filha, mas é ao contrário. Pode ser valendo uma bala, não interessa. Vamos para cancha e quem ganhar, ganhou”, diz Rita.

Izabel conta que muitas vezes o clima até chega a esquentar entre as duas, principalmente após um jogo perdido. “Quando a gente perde, vem até brigando no carro. Como ela que comanda a equipe, que treina, se eu faço uma jogada errada, depois ela fica falando. Chega a dar briga feia, mas é porque não queremos perder”, destaca a mãe.

Passados tantos anos dedicados ao esporte, mãe e filha nem pensam em parar de jogar bocha tão cedo. Para elas, estar dentro da cancha é uma forma de renovar as energias e manter a paixão pelo esporte sempre viva.


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