Mães de autistas de Brusque reclamam de falta de monitores na rede municipal de ensino
Acompanhamento é garantido por lei federal; Ministério Público foi acionado e cobrará explicações
Acompanhamento é garantido por lei federal; Ministério Público foi acionado e cobrará explicações
O ano letivo já começou na rede municipal de ensino em Brusque, mas para algumas crianças ainda não há condições de iniciar a aula. Com falta de monitores para acompanhamento, alunos autistas ou portadores de outras deficiências têm dificuldades no acesso aos estudos.
Problemas com relacionamento e aprendizagem são os principais pontos que levam muitos autistas a necessitarem de um acompanhamento individual. O direito ao acompanhamento na educação para crianças autistas, se comprovada necessidade, é garantido pela lei federal nº 12.764. Mesmo assim, mães de autistas entraram em contato com O Município para reclamar da ausência de monitores em escolas municipais de Brusque.
É o caso de Elaine Vanzuita, moradora do bairro Limeira Baixa. Seu filho é autista, tem 9 anos e está matriculado na Escola de Educação Fundamental Augusta Dutra. Ele já perdeu as aulas de quase todo o mês de fevereiro. “Ele não fala claramente e tem um pensamento um pouco mais inocente que as outras crianças. Já se machucou algumas vezes em anos anteriores. Comprovadamente, ele precisa de monitor em sala de aula”.
Após várias ligações para a Secretaria de Educação sem respostas concretas, Elaine buscou o Ministério Público. “Eles me alegaram que darão entrada em um pedido de explicações para a prefeitura, que terá um prazo de cinco dias para esclarecer o que está ocorrendo”.
O filho de Elaine voltou às aulas na última quinta-feira pela tarde, horas depois de ela entrar em contato com o MP. Uma orientadora da escola, que é psicopedagoga, foi monitora do seu filho. “Mas isso não soluciona o problema da escola, que tem seis crianças deficientes e que precisam de acompanhamento”.
Outra mãe, que preferiu não se identificar, explicou que passa pelo mesmo problema com seu filho de três anos. “Eles falaram que iriam mandar monitores, e até agora não mandaram. Colocaram um professor auxiliar mesmo assim, uma pessoa a mais na sala. O grau de autismo do meu filho é moderado, ele é um pouco agressivo. Disseram que está para vir um grupo de auxiliares a partir do dia 6 (de março), e essa é minha esperança”.
O que diz a prefeitura
A secretária de Educação, Eliani Buemo, é sucinta. Por meio da Secretaria de Comunicação, ela afirmou que foram contratados até hoje 288 monitores II, incluindo profissionais que foram encaminhados para a escola Augusta Dutra. Ela explica que ainda há classificados, e que se houver necessidade a secretaria continuará as chamadas para contratar até que as vagas sejam preenchidas.