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De volta as viagens

Primeiramente quero compartilhar que estou muito feliz de estar de volta trazendo minhas experiências e dicas aqui para vocês. O assunto da vez continua sendo o coronavírus e como será o “novo normal” em todos os aspectos da nossa vida, ainda estamos aprendendo a lidar com tudo isso que aconteceu e está acontecendo.

“Impactos da pandemia sobre operadores e viajantes brasileiros”, realizado em 26/5/2020 pela Braztoa

Um dos setores mais afetados pela pandemia foi o turismo, desde aeroportos, cias aéreas, rede hoteleiras, atrações turísticas, shows, teatros, enfim tudo isso e muito mais que engloba esse grande mercado. Segundo pesquisa divulgada pela Braztoa – Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, 69% das agências de viagens realizaram novas vendas durante o mês de junho vs. 31% não realizaram novas vendas, aumento de 15% em relação ao total de empresas (60%) que realizaram vendas em maio.

Impactos nas Operadoras de Turismo Panorama Comercial –Consolidado de Junho de 2020 – Braztoa

Aos poucos vem se retomando os voos e abertura de hotéis com as devidas restrições e cuidados, porém muitas pessoas ainda com medo cancelaram os seus planos de férias e não sabem quando irão se sentir seguras novamente para viajar.

“Impactos da pandemia sobre operadores e viajantes brasileiros”, realizado em 26/5/2020 pela Braztoa

Há duas semanas atrás fui para São Paulo, tinha um compromisso e claro acabei ficando por lá para passear e ver como estava a situação. No aeroporto de Navegantes estava tudo sinalizado, alternando avisos de sentar e não sentar nos bancos, sinalização no chão para o embarque, e claro todos utilizando máscaras. Na hora do embarque de nada serviu as marcações, foi o mesmo aglomero de sempre nas filas, o avião estava lotado sem deixar o banco do meio vazio para dar o espaço devido.

Aeroporto de Navegantes – SC

No alto-falante da aeronave a aeromoça disse que a cada 3 minutos o ar da mesma é renovado, assim deixando o ambiente mais seguro e não pode em nenhum momento retirar a máscara. Uma coisa que eu torço e muito para que continue pós pandemia é o desembarque, quase chorei de emoção. Quando o avião parou todos permaneceram sentados e fila por fila foi levantando um por um e saindo, juro que pensei que nunca veria esse momento, e o próximo que sonho em ver e seguir esse mesmo modelo é o embarque, ainda tenho fé. No hotel as mesmas precauções, álcool em gel, lugares demarcados para sentar, e o sistema de café da manhã foi a la carte e não o costumeiro buffet.

Uso de máscaras no avião | Cartilha de cuidados do hotel

Muitos dos passeios que eu gostaria de fazer não estavam abertos, museus, exposições. Fui ao Eataly, amo comprar comidas por lá, achei meio triste sem toda aquela movimentação habitual, sem lugares para sentar degustando uma boa taça de vinho e as delicias do local. Nos shoppings que fui – única coisa aberta na cidade – estava como por aqui, com os cuidados devidos, porém achei pouca gente. Tudo certo até a hora de jantar, aí parecia que não tinha mais coronavírus, é só sentar à mesa e pedir algo para beber que você pode ficar sem a máscara – como acontece por aqui também – todos os restaurantes lotados e não podendo ter fila de espera pois tinham que fechar as 23:00, mesmo assim fora deles havia pequenas filas e o agito de sempre. Abriu um dia lindo de sol no domingo e fui conhecer o Jardim Botânico de São Paulo, amei e super recomendo, e sim tirei a máscara algumas vezes durante o passeio para sentir o frescor da natureza linda ali no meio da grande cidade.

Parque Jardim Botânico de São Paulo – SP

Semana que vem eu estaria embarcando para as minhas férias de junho. Nessas últimas duas semanas pesquisei bastante sobre ir ou não ir, pois seria viagem internacional. Fiz o teste de sangue para saber se já havia pego, deu negativo. Fiquei com receio de na hora de ir estar tudo certo e no meio das férias mudar a regra do jogo, como ter que ficar de quarentena quando voltar, ou pegar o vírus na viagem e não poder sair do hotel enfim, decidi que não queria ir viajar com essa ansiedade e acabei cancelando mais uma vez. O que estou fazendo agora é seguindo o fluxo da grande tendência que está acontecendo com o turismo, além de toda essa incerteza e a alta do dólar e euro estão contribuindo e muito para que se busque essa alternativa do turismo nacional, a nossa sorte é que temos um país maravilhoso para ser explorado, para todos os gostos e bolsos. Lenora Horna Schneider que está à frente da ABBTUR – Associação Brasileira de Turismólogos de Profissionais do Turismo – analisa “A partir do próximo ano, quando as pessoas se sentirem mais seguras para viajar, iremos conhecer mais a cultura, a tradição e as comunidades que vivem na cidade escolhida para descansar ou passar férias. A tendência é buscar distâncias mais curtas. Entendemos que a regionalização será o mais importante”

Já havia compartilhado aqui algumas das tendências do turismo como: Eco-friendly, viagens de carro/motorhome, Slow Travel (viajar lentamente, do inglês) e as Experiências, e isso agora ficará mais evidente com os turistas avaliando melhor os lugares que vão conhecer do que aquela louca excursão de 10 países em 10 dias.

Parque Jardim Botânico de São Paulo – SP