Perrengue chique: Magali Zen conta sobre os imprevistos em sua primeira viagem de 2022
“Perrengue chique” é um perfil super famoso no Instagram que mostra situações reais que acontecem em uma viagem – hoje o perfil posta também situações do dia a dia – que ninguém até então mostrava, algo também como expectativa X realidade. Alguns exemplos clássicos: chuva com neblina onde não se vê a paisagem; filas enormes; comida ruim, sala VIP lotada; overbooking; mala extraviada, entre tantos outros.
Fui para o Chile passar a virada do ano de 2022 e os perrengues foram junto. Vou listar aqui os top 3 que aconteceram.
1 – Positivo no PCR
Estava tudo certo para a viagem ao Chile: Conect SUS em espanhol (comprovando as vacinas), validação das vacinas no site do Chile (45 dias antes), seguro viagem com cobertura Covid-19 em 30 mil dólares, PCR até 72 horas feito no Brasil (negativo), formulário C19 (até 48 horas anexado ao teste Covid-19). Tudo certo, tudo conferido, embarcados. Ao chegar em Santiago, foram conferidos todos os documentos e fizemos novamente o teste do PCR obrigatório (não precisamos pagar). Depois esperamos no hotel o resultado que pode levar até 12 horas. Magali: negativo. Vítor: positivo! Que bomba, e agora? Ele estava sem nenhum sintoma, vacinado, já tinha pego Covid-19.
Mandei mensagem correndo para a agência de viagem de Santiago que me ajudou a preparar todos os passeios e auxiliou com os documentos (por isso que sempre falo que mesmo com o avanço da internet, eu ainda prezo pelo serviço das agências) e prontamente a Ariane da Smart Tour Santiago, que me atendeu muito bem desde o começo, iniciou a saga de como proceder. Pela regra, ele teria que ficar em quarentena – e eu junto pois estávamos no mesmo quarto – ou até o resultado dar negativo. Encontramos uma empresa que faz coleta a domicílio (hotel), esse não pago pelo governo e nem pelo seguro saúde. Custou 45 mil pesos chilenos, aproximadamente R$ 265 e demorava cerca de 12 horas para ficar pronto. Deu inconclusivo! Esperamos mais um dia. No terceiro dia comprei um antígeno de farmácia, mais barato e resultado na hora: negativo. Assim chamamos novamente o teste PCR, deu negativo, ufa!
Nesse tempo em quarentena, o que fazer? Olhar pelo lado positivo sempre, estávamos com saúde. Pedimos comida pelo app e fizemos piquenique no quarto, com vinhos chilenos, claro, inclusive a ceia de Ano Novo.
Filmes, músicas, sonecas. Acabamos tendo que cancelar passeios, e os planos de passar dias em Colchagua. Tivemos que cancelar hotel – que não consegui o dinheiro de volta e o seguro mais uma vez não cobriu – e cancelar o carro.
Além de todos os documentos e testes para entrar no Chile, você tem que responder todos os dias um questionário online sobre a sua saúde. E para retornar ao Brasil precisa fazer o teste de PCR em até 72 horas ou o antígeno – não de farmácia – até 24 horas antes do embarque, além de preencher online o Formulário de Declarações de Saúde do Viajante (DSV).
2 – Perdi o PDI
Quando entramos no Chile e passamos pela imigração, além do carimbo no passaporte, você recebe um papel com o registro de sua entrada no país e o tempo que você pode permanecer. Nos hotéis eles pedem na hora do check-in, e com ele você comprova que é turista e não precisa pagar 19% de imposto no hotel se pagar em dólar – pode ser em dinheiro ou cartão.
Quando mudamos de hotel e fomos fazer check-in eu não achei mais o meu papel, o atendente fez um terrorismo comigo dizendo que eu não conseguiria nem sair do país e teria que ir na embaixada. Pronto, era só mais essa que faltava!
A agente de viagens disse para eu ir no aeroporto. Fomos. Quando cheguei lá, expliquei a situação, o policial disse que não tinha nenhum problema, pois eu tinha entrado com o passaporte, assim eu tinha o carimbo, caso eu tivesse entrado com a identidade teria que refazer e aí sim, daria mais trabalho. Então tudo certo, voltei e expliquei para o recepcionista do hotel e deu tudo certo, tanto no desconto como na volta para casa.
3 – Roubaram meu celular
E no último dia da viagem para fechar com chave de ouro, fui roubada literalmente embaixo do meu nariz. Fomos no metrô para passear no Parque Arauco – shopping lindo, com espaços abertos, várias opções de gastronomia e lojas de muitas marcas conhecidas. Sempre que andávamos na rua eu colocava minha bolsa na transversal e na frente da minha barriga, para ficar mais seguro, e quando andávamos de metrô eu ainda tirava minha correntinha que sempre uso e guardava na bolsa.
O celular estava no bolso da frente da bolsa, porém, eu não estava com a mão em cima dela, e a outra mão eu estava segurando na barra. Não senti nada, nada!!! E por isso disse que foi literalmente embaixo do meu nariz. Quando chegamos na estação para descer que então eu coloquei a mão na bolsa e na hora senti que o celular não estava ali. Pronto, já foi o desespero e tentar entender o que aconteceu. Vitor ainda tentou rastrear, ligar, mandar mensagem. Não deu em nada, óbvio, com certeza uma pessoa que te rouba na caruda já estava longe e sabia o que fazer.
Sendo assim, a primeira coisa que fiz foi avisar minha família por causa de possíveis golpes e também a gerente do banco para cancelar todas as compras on-line que pudesse ocorrer. E já como eu estava no shopping aproveitei para ver as lojas de celulares, os valores estavam na faixa de 20% mais barato que no Brasil, sendo assim aproveitei e comprei um novo. A sorte é que hoje tem o backup na nuvem e assim pude recuperar todas as fotos e tudo mais que tinha no meu aparelho.
Foi assim que começou meu ano na minha primeira viagem! Mesmo com várias coisas dando errado, saindo do controle, tendo que mudar os planos feitos e gastos não previstos sempre temos que ter a visão que algo será válido, tudo tem uma lição e um aprendizado, e com certeza ficar no quarto de hotel de quarentena e ser roubada desse jeito me trouxe muitas lições e reflexões.
Feliz Ano Novo, com desejo de muitos passeios, viagens, e principalmente saúde para poder curtir a vida!
Já estou pronta para a próxima.