Um rápido passeio pelo mundo das cervejas
Hoje é dia de Quintal de Casa -adoro! E nessa sexta-feira que passou fui conferir o maior festival cervejeiro do Brasil e da América Latina, que aconteceu em Blumenau. Não sou nenhuma expert em cervejas, mas sempre apreciei a bebida. Hoje o mercado brasileiro está mais aberto a novos rótulos e, com a nova onda das cervejarias artesanais crescendo, ficou mais fácil de degustar novos tipos e sabores. O Brasil é hoje o terceiro maior mercado consumidor de cerveja em todo o mundo.
Confira do vídeo do evento
Sempre aproveito nas viagens para conhecer novos rótulos, quem vai a primeira vez aos Estados Unidos no mercado fica perdido com tantas opções. Na Europa, então, é uma dificuldade de escolher em meio a um cardápio com tantas variedades, por isso, costumo pedir pela degustação, na qual você escolhe cinco tipos de cervejas no cardápio, que costumam vir em copos de 100 ml, assim você pode degustar e escolher então a que mais lhe agradar.
O 11º Festival de Cervejas contou com dois pavilhões da Vila Germânica, com 116 cervejarias e mais de 800 rótulos para os visitantes. Achei tudo muito bem organizado. Logo na entrada você ganhava um copo plástico personalizado do evento para as degustações, esse com a marcação de 100 ml, 200 ml e 300 ml. Dei uma circulada geral primeiro, para reconhecer o território, vi muitas cervejarias conhecidas da região, como Zehn Bier, Blumenau, Stannis, Saint Beer, Kiezen Ruw, Alles Blaus, entre outras. Como essas eu já conheço, fui descobrir novos sabores. O legal é que sempre tem uma história por trás das cervejas, e faz com que a gente viaje pelo mundo.
A minha primeira escolha foi da Sunset Brew. Escolhi uma que havia sido premiada a melhor Saison do mundo pelo World Beer Awards em Londres 2017. A Saison começou como uma Pale Ale fabricada nos meses mais frios, menos ativos em fazendas da Valônia na Bélgica. A produção era armazenada para consumo nos meses de chuva. Elas eram servidas aos trabalhadores agrícolas que tinham direito a até cinco litros para cada dia de trabalho. Ousada, leve, refrescante com características cítricas, condimentada e terrosa, tem adição de lúpulos americanos em dry hopping. Pedi logo 200 ml porque sabia que ia gostar, adorei.
O estilo Pale Ale surgiu em Burton-on-Trent , Inglaterra. Atingiram suas formas atuais após a Primeira Guerra Mundial e são feitas normalmente com maltes, que conferem um toque amendoado. Esse estilo se divide em quatro: English Pale Ale, British Golden Ale, Belgian Pale Ale, American Pale Ale
Minha segunda escolha foi na Cervejaria Leopoldina – do grupo Casa Valduga. Escolhi um estilo diferente, a witbier – cerveja branca. É uma combinação leve e refrescante, tradicionalmente produzida na Bélgica e na Holanda. É a descendente direta das cervejas medievais, possui um toque adocicado e cítrico, provenientes do limão siciliano e do coentro. Mais 200 ml, achei superleve, já me vi na praia degustando ela bem geladinha. Delícia.
Continuando a saga – e dando umas bicadinhas nas escolhas do marido – o estande da DeBron me chamou a atenção, e depois das explicações sobre cada tipo, escolhi a Viena, inspirada no estilo criado na Áustria em 1841, tem cor âmbar intensa com rica maltosidade e dulçor leve. Essa já mais encorpada que as primeiras que provei.
Um tipo que venho gostando bastante é a IPA, estilo que vem se popularizando. India Pale Ale – IPA – são cervejas que surgiram das Pale Ales. Para preservar o sabor das Pale Ales na viagem da Inglaterra para as Índias, os ingleses elevaram o teor alcoólico e adicionaram mais lúpulo – que além do amargor também é bacteriostático. Por esse motivo, elas são famosas por seu amargor, sabor e aroma de lúpulo acentuado. As IPAs se dividem em 3 estilos: English India Pale Ale, American India Pale Ale,-. Imperial IPA/Double IPA – mais forte que as demais IPAs com sabor e aroma de lúpulo evidente -. Escolhi da Cervejaria Shornstein, aqui já comecei a pedir sempre 100 ml, para não beber demais, e porque queria provar mais tipos.
Nem só de cervejas é feito o festival, dizem que é bom forrar o estômago quando for beber, então demos uma paradinha para comer algo. Havia diversos petiscos para escolher, acabamos dividindo nachos e uma pizza alemã – a pizza estava muito boa.
Além disso, desde que chegamos havia música, cada pavilhão tinha um palco com bandas, o que com certeza animou bastante o evento, e não era música alemã não, mais para o rock e pop.
Eu ainda não tinha provado uma “típica alemã”, assim, fui em busca e acabei no estande da Zeit. Pedi a Munique Helles, que segue a receita tradicional vinda da capital da Baviera. Com três variedades de lúpulos e quatro tipos de maltes alemães. Leve e delicada.
Caminhando pelo festival, uma frase no estande me chamou a atenção: Se você pudesse fazer uma IPA para ser sua nova cerveja favorita, como ela seria? Claro que tive que degustar, a Hazy IPA da Mad Manics, dourada, turva e muito aromática, unindo notas frutadas, tropicais e cítricas. Abacaxi, pêssego, maracujá e grapefruit, todas em equilíbrio.
E para finalizar meu passeio pelo mundo das cervejas, fui na Suricato Ales – eu queria uma que havia ganhado o prêmio, porém havia acabado. Assim o pessoal da cervejaria me indicou a Chupa essa Manga, que é um IPA, e não vai manga na receita.
Eu adorei o festival, estava tudo muito organizado, evento familiar, boa bebida – muita bebida – boa comida, bons amigos, boa música. Com certeza, se possível, estarei presente na edição de 2020.
“A cerveja prova que Deus nos ama, e nos quer felizes”
Benjamin Franklin