Maio Roxo: gastroenterologista explica sobre doenças inflamatórias intestinais

Patologias não têm causa definida; saiba como funciona o tratamento

Maio Roxo: gastroenterologista explica sobre doenças inflamatórias intestinais

Patologias não têm causa definida; saiba como funciona o tratamento

Você sabe quais são as doenças inflamatórias intestinais? Uma delas é a doença de Crohn e a outra é a retocolite. Ambas podem acometer desde crianças a adultos, mas a prevalência é entre os jovens.

Neste mês é celebrado o Maio Roxo, que conscientiza a população sobre estas patologias. A campanha faz alusão ao Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, instituído em 19 de maio. 

“A principal diferença entre as duas é a extensão do acometimento. Enquanto a retocolite fica apenas no intestino grosso, no cólon, e no reto, a doença de Crohn pode acometer qualquer parte do tubo digestivo, desde a boca até o ânus”, explica a gastroenterologista Vanessa Santos Andrade Cruz Vento. 

A causa das inflamações intestinais ainda é uma incógnita. “A gente não sabe ao certo o que causa a doença, mas existem alguns estudos que falam numa combinação de fatores que podem influenciar no aparecimento como predisposição genética e uma alteração no sistema imune”, esclarece a médica.  Ela pontua que essa alteração faz com que o sistema imune trabalhe em excesso e acabe causando destruição das próprias células do organismo. 

Tem se estudado a respeito da influência da alimentação pobre de frutas e vegetais e do estresse no aparecimento destas doenças. Vanessa ressalta que estes fatores, por si só, não são capazes de causar a inflamação. 

Quais são os sintomas?

As duas doenças podem originar sintomas como constipação, dor abdominal, cólica e diarreia, que em alguns pacientes pode ter sangue. 

As manifestações dependem do local da inflamação. “Pode ter sintomas que vão aparecer somente na doença de Crohn porque depende do local do acometimento. Por exemplo, pode acometer a boca, então pode ter aftas. Pode ainda ter uma manifestação perineal. Ali pode ter fístula, abscesso”, explica a gastroenterologista. 

Ela comenta que alguns pacientes ainda podem ter perda de peso, fraqueza e anemia. “São doenças inflamatórias que vão interferir na absorção de nutrientes pelo intestino”, diz Vanessa. 

Os componentes inflamatórios podem atingir outras regiões, causando manifestações extraintestinais. “Pode acometer a articulação, causando artrite, a pele, também os olhos e o fígado”. 

Caso apresentar algum destes sintomas, o paciente deve procurar um profissional, para um diagnóstico precoce. “A gente vê na prática que muitas pessoas fazem o diagnóstico de maneira tardia, o paciente chega e já tem complicações”. 

Como funciona o tratamento?

A inflamação intestinal é uma doença crônica que apresenta períodos de crise e de remissão. O tratamento tem o objetivo de reduzir a inflamação, para induzir a remissão de um paciente com sintomas e também manter o que não tem, assintomático. A gastroenterologista enfatiza que, mesmo sem sintomas, o paciente deve seguir as orientações médicas. 

O paciente é tratado com medicamentos e em alguns casos pode necessitar de cirurgia, tanto se houver falha no tratamento medicamentoso quanto uma complicação. 

Existe prevenção?

Existem hábitos que podem ser adotados para garantir uma qualidade de vida. A médica aconselha manter uma rotina de exercícios físicos e uma alimentação saudável, evitando alimentos ultraprocessados e dando preferência a alimentos naturais, mas adverte que não há nenhum alimento que previne o aparecimento da inflamação. 

Pode causar câncer?

Por ser crônica, a inflamação no intestino pode causar câncer colorretal. “Por isso é tão importante que o paciente faça o tratamento, mesmo que não esteja com sintomas”, diz a médica. Devido ao risco, é indicado que 10 anos após o diagnóstico o paciente faça colonoscopia de rastreio. 

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