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Maioria dos candidatos a prefeito de Brusque apresenta poucas propostas para combate às cheias e enchentes

Danilo Visconti é candidato que apresenta mais propostas para área

Três dos quatro candidatos a prefeito de Brusque apresentaram poucas propostas relacionadas ao combate a cheias, enchentes e defesa civil para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Ao todo, foram apresentadas somente 17 propostas, sendo sete delas por Danilo Visconti (DC).

As informações foram coletadas com base nos planos de governo dos candidatos, enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A reportagem de O Município separou as propostas que de fato possuem alguma ação a ser implementada.

No dia 17 de novembro de 2023, Brusque enfrentou terceira maior enchente já registrada na história do município, atrás apenas das enchentes de 1984 e 2011. Na ocasião, no final do ano passado, o nível do rio Itajaí-Mirim chegou a 8,96 metros, sendo que transborda com 4,75 metros e é considerado em situação de enchente com 7,5 metros.

A continuação da avenida Beira Rio sentido ao bairro Dom Joaquim, por exemplo, foi descartada, já que a obra está em andamento. Na prática, continuá-la e concluí-la não representa uma nova ação.

André Vechi (PL) e João Martins (PSD) são os candidatos que apresentam menos propostas para a área, sendo três cada. Cedenir Simon (PT) apresenta quatro propostas. Por fim, Danilo Visconti propõe sete ideias.

A reportagem de O Município procurou as campanhas de André Vechi, Cedenir Simon e João Martins para justificar a quantidade de propostas apresentadas. A campanha de André Vechi não respondeu aos questionamentos da reportagem até o prazo estipulado.

A campanha de Cedenir Simon afirma que propõe a adoção de “medidas transversais, que vão além de propostas do tópico em específico, por entender que é desse modo que a questão ambiental como um todo vem sendo tratada, inclusive a nível global”. A resposta da campanha de Cedenir consta na íntegra após as propostas dele para a área.

Além disso, a campanha relata que há propostas no tópico “cidades inteligentes”, presente no plano de governo, como a adoção de tecnologias advindas de energias limpas e renováveis em prédios públicos. A campanha também menciona o apoio do governo federal, anunciado recentemente, para a construção da barragem de Botuverá.

“Considerando que Brusque é um dos municípios do Brasil mais atingidos com catástrofes climáticas, a partir da proposta para desenvolvimento de um Plano de Ação e Prevenção às Catástrofes Climáticas serão adotadas as medidas técnicas necessárias para que os efeitos negativos das mudanças climáticas sejam mitigados”, diz a campanha.

A campanha de João Martins afirma que o plano de governo divulgado junto ao TSE está em construção de acordo com as demandas da população e a partir de análises de técnicos sobre determinados assuntos. Conforme a campanha, novas propostas devem “surgir conforme necessidade”. A resposta da campanha na íntegra consta após as propostas de João para a área.

– Viabilizaremos a expansão da avenida Beira Rio no sentido norte até a Estrada da Fazenda;

– Priorizar a criação de parques-esponja ou alagáveis para que seja possível entregar um centro de recreação para os munícipes e, ainda, ajudar o município na prevenção de cheias;

– Implementar o Plano Municipal de Drenagem para prevenir alagamentos, proteger a infraestrutura urbana e garantir a segurança dos cidadãos.

– Recuperação de margens e florestas ciliares em trechos mais elevados do rio;

– Seguir a expansão das margens das avenidas Beira Rio até os limites com Itajaí;

– Criação de grupo de trabalho para estudo e desenvolvimento de Plano de Ação e Prevenção às Catástrofes Climáticas, além de fortalecer parceria sobre o clima existente desde 2014 com organizações alemãs;

– Manter atualizado e de fácil acesso o sistema de cotas de enchentes de cada rua.

Resposta da campanha de Cedenir Simon na íntegra:

A coligação Frente para o Progresso de Brusque, no que diz respeito aos temas “combate a cheias e enchentes”, “proteção e defesa civil” e “formas de mitigar os efeitos das mudanças climáticas”, propõe em seu programa de governo, além das 21 propostas contidas no tópico “meio ambiente, saneamento e defesa civil”, a adoção de medidas transversais, que vão além de propostas do tópico em específico, por entender que é desse modo que a questão ambiental como um todo vem sendo tratada, inclusive a nível global.

A título de exemplo, as obras de drenagem e macrodrenagem, como a expansão das margens das avenidas Beira Rio e a continuidade das obras, iniciadas e conquistadas no governo Paulo Eccel, do PAC Macrodrenagem, são obras que visam a contenção e mitigação das cheias no município, contudo, estão transcritas no tópico “infraestrutura e mobilidade urbana”.

Importante também destacar as propostas elencadas no tópico “cidades inteligentes”, que, dentre elas, traz propostas prestigiando a adoção de tecnologias advindas de energias limpas e renováveis em prédios públicos.

Nesse contexto, também é importante destacar a atuação do governo federal ao encaminhar R$ 155 milhões para a construção da barragem no município de Botuverá, que será, entre outras questões, fundamental para que Brusque não sofra mais enchentes.

Por fim, considerando que Brusque é um dos municípios do Brasil mais atingidos com catástrofes climáticas, a partir da proposta para desenvolvimento de um Plano de Ação e Prevenção às Catástrofes Climáticas serão adotadas as medidas técnicas necessárias para que os efeitos negativos das mudanças climáticas sejam mitigados.

– Dar efetividade ao canal extravasor do bairro Limeira;

– Desenvolver e implementar políticas climáticas integradas, monitorando progressos e ajustando estratégias conforme necessário, trabalhando com notícias prévias e atualizadas constantemente;

– Focar e desenvolver o monitoramento em tempo real do nível do rio, deslizamentos e precipitações, principalmente em áreas de risco. Tais dados serão implementados constantemente junto ao sítio eletrônico da Defesa Civil, bem como em aplicativo específico para tanto, a fim de que a comunidade possa acompanhar e se prevenir de situações de risco;

– Desenvolver um aplicativo móvel de emergência, em que a comunidade poderá ter acesso e reportar incidentes, emergências, receber alertas, tudo em tempo real, além de acessar mapas das áreas de risco e rotas de evacuação;

– Adquirir drones para o mapeamento das áreas de risco e situações de emergência, justamente para que o poder público possa acessar regiões de difícil acesso;

– Capacitar constantemente os quadros funcionais e toda a equipe que atuará na Defesa Civil, inclusive por meio de utilização de tecnologia avançada, utilizando VR (realidade virtual) e AR (aumentada), no escopo de simular situações emergenciais;

– Instituir o programa Participação Cidadã, a fim de incentivar e capacitar cidadãos para auxiliar na disseminação de informações digitais e apoiar a Defesa Civil em caso de emergência.

– Executar o projeto da avenida Beira Rio sentido Limoeiro;

– Retificar alguns pontos da avenida Beira Rio para que fiquem em conformidade com o projeto do canal extravasor;

– Realizar a dragagem do rio para restabelecer a profundidade.

Resposta da campanha de João Martins na íntegra:

O nosso plano de governo divulgado está em construção de acordo com as demandas da população e também com análise de alguns técnicos sobre determinados assuntos, e esses assuntos estavam e seguiram sendo analisados. Novas propostas e ideias irão surgir conforme necessidade.

Beira Rio/canal extravasor: (1) desassoreamento do rio; (2) melhorias na limpeza como retirada de entulhos periodicamente; (3) contenção das margens de acordo com projeto original.

Defesa civil: (1) reestruturação da Defesa Civil por meio de contratação de equipe técnica especializada, como geólogo e meteorologista; (2) instalação de pluviômetros automáticos, sensores de medida de altura do rio em novos pontos; (3) monitoramento dos morros e áreas de risco para prevenção de deslizamentos, instalando sensores geotécnicos que permitem captar as movimentações de terra, para acompanhar e monitorar qualquer risco de deslizamentos que possam afetar casas ou vias; (4) plano para a construção em parceiras da barragem de Botuverá e garantir uma solução para as cheias em Brusque, protegendo nossa cidade e nossas famílias de inundações, enquanto promovemos o desenvolvimento sustentável e a segurança hídrica para o futuro.


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