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Mais 1967 na tela grande

Naquele tempo, um pouco diferente de hoje, a tela grande era realmente grande, especialmente se comparada com qualquer outro entretenimento ao alcance dos comuns dos mortais. Naquele tempo, como hoje, existiam filmes de vários gêneros e pontos de vista. Mas… naquele tempo, podemos ver claramente à distância, uma mudança de mentalidade, de conceitos, aparecia clara em muitos dos filmes mais marcantes. Será que, se o planeta conseguir sobreviver a mais algumas décadas de maus tratos, chegaremos à conclusão de que o cinema dos primeiros anos do século XXI tem esse tipo de qualidade revolucionária? Daqui de onde estamos, tendemos a achar que não…

Semana passada o destaque foi para três filmes protagonizados por Sidney Poitier, dois deles (Adivinhe Quem Vem Para o Jantar e No Calor da Noite) discutindo abertamente o racismo e o terceiro (Ao Mestre Com Carinho), tocando também no tema, ao mesmo tempo em que infundia esperança a alunos pertencente a uma camada de excluídos. Vamos adiante?

A continuação de filmes que fizeram a História de 1967 inclui atores mais do que conhecidos, que ajudam a montar o mosaico de rostos da cultura pop daquela época. Dustin Hoffman, Paul Newman, Catherine Deneuve e, entre muitos outros, Warren Beaty e Faye Dunaway, a dupla que entrou para a História de 2017 como os apresentadores do Oscar de Melhor Filme, aquele do envelope trocado.

Mas, há 50 anos, eles protagonizaram um dos principais filmes do ano, Bonnie and Clyde, Uma Rajada de Balas. A história super romantizada do casal que se torna ladrão de bancos, em plena depressão norte-americana, funciona como um libelo contra a desigualdade social (assim como Butch Cassidy and Sundance Kid, lançado dois anos depois).

Aí acima, uma curiosidade: em um dos papeis secundários do filme está Gene Wilder. No mesmo ano, ele é um dos atores principais de Primavera Para Hitler, em mais uma parceria dele com Mel Brooks (sim, este é o mesmo The Producers que, já neste século, fez imenso sucesso na Broadway e ganhou remake no cinema em 2015). Isso, foi antes de Wilder virar Willy Wonka em nossa memória emocional e perder, infelizmente, o direito a ser lembrado, antes de mais nada, pela acidez de seu humor.

Por falar em humor nada óbvio, 1967 também é o ano do delicioso A Dança dos Vampiros, de Roman Polanski.

A Primeira Noite de um Homem (The Graduate) é outro filme que tem aquele componente revolucionário, mas aqui sob o ponto de vista do comportamento, da liberação sexual, do conflito de gerações. Tudo isso e mais a trilha sonora imortal, assinada por Simon & Garfunkel.

O filme mais lembrado de Catherine Deneuve, A Bela da Tarde, de Luís Buñuel, entra nesta lista como representante do cinema europeu, sempre tido como mais sério e intelectual (você concorda?).

Já pelo lado mais Hollywood de Hollywood… 67 foi o ano de lançamento da primeira versão disneyana de Mogli, o Menino Lobo. Eu digo o necessário / Somente o necessário!!!

E tudo isso no mesmo ano!!!