Mais baratos, veículos seminovos são os mais vendidos em SC
Alta demanda é impulsionada pela crise financeira; veja quais foram os modelos mais comercializados em junho de 2016
Alta demanda é impulsionada pela crise financeira; veja quais foram os modelos mais comercializados em junho de 2016
Com a crise financeira e a inflação alta, comprar um carro zero quilômetro está mais difícil. É por isso que o mercado de seminovos e usados teve um primeiro semestre de expansão nas vendas em Santa Catarina. De acordo com a Federação Nacional das Associações de Revendedores dos Veículos Automotores (Fenauto), as vendas do segmento no primeiro semestre de 2016 tiveram crescimento de 2,9% em relação ao mesmo período de 2015.
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Ainda conforme o levantamento da federação dos revendedores, na comparação com maio o resultado também é animador pra as concessionárias. Foram vendidos aproximadamente 63 mil automóveis, e em junho o número subiu para 67 mil. Isso representa acréscimo de 7,1% em apenas um mês.
Os dados da Fenauto mostram que os seminovos são, novamente, os preferidos. Os carros mais vendidos em junho no estado foram os com até três anos de uso: os seminovos. O levantamento mostra que este segmento (carros com até três anos de uso) teve aumento de 34,9% no acumulado do ano em relação a 2015. Foi a categoria que mais cresceu. Veículos mais velhos do que três anos registraram quedas nas vendas.
Os números mostram que o comportamento do consumidor mudou. Em vez de adquirir um zero quilômetro, ele prefere pagar um pouco mais barato em um seminovo. É por isso que as vendas de veículos em geral (novos e seminovos) continua negativa no Brasil. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de Santa Catarina (Fenabrave-SC), elas caíram de 22,89% na comparação entre junho deste ano e o mesmo mês de 2015 em Santa Catarina. O mau momento dos carros zerado é o responsável por puxar a estatística para baixo.
Valdir Steinbach é um exemplo deste novo cliente. Ontem, ele foi à concessionária Bóca Mafra para pesquisar qual carro vai comprar. Ele ainda não definiu o modelo, mas já sabe que será seminovo. “Seminovo porque é mais barato. Novo, no momento, não tem condições”, diz. Na opinião dele, o custo-benefício do carro com até três anos de uso vale a pena em relação ao zero quilômetro.
Barato e com procedência
“As vendas de zero quilômetro neste ano caíram 26%, enquanto que o segmento de seminovos cresceu”, diz o proprietário da concessionária Bóca Mafra, Ambrósio Mafra Neto. Ele avalia que os consumidores mudaram o comportamento, mas não deixaram de comprar.
O preço mais baixo dos seminovos é o principal atrativo, já que a crise e a inflação atingiram o bolso do brasileiro. Mafra Neto ressalta que os carros seminovos já possuem documentação e estão emplacados.
Os automóveis mais vendidos na Bóca Mafra ficam na faixa dos R$ 25 mil a R$ 50 mil. Segundo o proprietário, os clientes exigem que tenha, no mínimo, ar-condicionado e direção hidráulica.
Menos seminovos no mercado
A alta procura por seminovos também causa um efeito colateral: a valorização. Ricardo Cavilha, gerente da Renault Automega, afirma que o estoque de seminovos já começa a diminuir por causa da grande venda.
“Nós sempre trabalhamos com um número grande de seminovos, agora, temos bem menos. Está difícil de comprar o seminovo”, afirma o gerente. Ele diz que os carros mais vendidos ficam na faixa de até R$ 30 mil. Os clientes os procuram por causa do preço mais em conta e porque os novos estão mais caros do que o normal, devido à inflação e ao dólar alto, na avaliação de Cavilha.
Seminovos de qualquer valor
Embora a maioria dos seminovos vendidos na Uvel figurem na faixa até R$ 50 mil, há quem compre até mesmo SUVs usadas. Fernando José da Silva, gerente de seminovos, afirma que já foram comercializadas até picapes de R$ 100 mil. Há público para todos as categorias de veículos. A concessionária também experimenta um crescimento vertiginoso nas negociações por carros usados.
Segundo Silva, no passado, os clientes sequer analisavam comprar um seminovo. Iam direto nos zero quilômetro. Com a crise financeira, inflação e economia cambaleante, agora essas pessoas voltam às concessionárias em busca de veículos seminovos. “Querem carros com até três anos de uso, de qualidade e procedência”, diz.
Na Uvel, os seminovos mais vendidos estão na faixa de R$ 20 mil a R$ 50 mil, entre eles o Palio, Gol, Uno e outros modelos mais populares.