Mais da metade das indústrias de SC enfrentam escassez de matérias-primas
Pesquisa foi divulgada pela Fiesc e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Pesquisa foi divulgada pela Fiesc e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Segundo pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, 28, 50,5% das indústrias catarinenses não conseguem aumentar sua produção por conta da escassez de matérias-primas.
Com a retomada econômica, a demanda industrial aumentou nos últimos meses. O levantamento mostrou que 64,5% das empresas consultadas estão com dificuldades para atender a demanda e 36,9% delas relataram que a procura é maior do que a capacidade de produção.
Atualmente, a utilização da capacidade da indústria em SC está em crescimento e chegou a 82% em setembro, o que mostra que a ociosidade da produção caiu. Para o consultor da Fiesc, Pablo Bittencourt, a mudança do padrão de consumo e taxa de câmbio também têm influenciado na dificuldade das indústrias em atender a demanda.
“Essa forte retomada nacional ajuda a explicar o descompasso entre oferta e demanda dos insumos. De 40% a 70% das empresas brasileiras, segundo dados do IBGE, registraram problemas com fornecedores na primeira quinzena de setembro. Isso é fruto dessas grandes dificuldades internacionais”, afirmou.
Além das dificuldades pontuais causadas pela pandemia e pelo dólar alto, o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, destacou que a falta de atenção com algumas demandas antigas também tem influência neste momento.
“Associado a isso há desafios na infraestrutura de transportes e no fornecimento de energia. Tem empresas que não estão conseguindo expandir as atividades por conta de limitações como essas”, destacou.
O prazo para normalização do fornecimento de matérias-primas é incerto. Para 46% dos empresários, isso deve acontecer em até três meses, enquanto 43% acredita que a normalização deve demorar entre três e seis meses. Já 11% dos industriais está mais pessimista, e acredita que a situação permaneça por mais de seis meses.