Ciro Groh
Mais de 2,1 mil novas empresas abriram as portas em Brusque em 2021
Cidade é bastante visada por empresários que querem iniciar negócios na região
A cidade de Brusque sempre desperta o interesse de empresários que buscam um local para instalar novas empresas. Com a conclusão da duplicação da rodovia Antônio Heil, que deixa o município a poucos minutos dos portos de Itajaí e Navegantes e da BR-101, a cidade fica ainda mais atrativa.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Brusque, Ademir José Jorge, afirma que atende uma média de quatro empresários por mês interessados em conhecer melhor a cidade e com planos de aqui instalar um negócio.
“Praticamente toda semana recebo empresários que já têm negócios aqui ou vem de outra cidade. Já recebi um empresário italiano que está procurando uma cidade aqui no Vale para instalar uma empresa e também tem um empresário do interior de São Paulo que está escolhendo entre Brusque e São José. Percebo que muitas empresas do setor metalmecânico e de logística estão visando muito a nossa cidade”.
Neste ano, 2.174 novas empresas abriram as portas em Brusque. De acordo com a Secretaria da Fazenda, destas, 1.303 são enquadradas como microempreendedor individual (MEI); 413 são classificadas como microempresas; e as demais, 458, são enquadradas como normais, ou seja, que tem faturamento inferior a R$ 20 milhões anuais e que não se enquadram como micro ou pequenas empresas.
O secretário Ademir Jorge diz que a prefeitura vê com bons olhos este interesse e também oferece alguns benefícios para que os planos se concretizem, como incentivos fiscais por exemplo.
“Desde o início da obra, a empresa pode ter alguns benefícios como alvarás, ISS, até mesmo a isenção de IPTU por cinco ou até 10 anos, dependendo do parecer da comissão de análise da secretaria”.
Ademir também destaca que a prefeitura se dispõe a contribuir com a infraestrutura necessária para a instalação das empresas, como abertura e pavimentação de ruas, já que isso reflete em desenvolvimento para o município.
“A infraestrutura é um ponto bem importante para as empresas de maior porte, e a prefeitura faz tudo o que pode para contribuir”.
Falta de áreas para doação
Entretanto, o secretário aponta a falta de áreas públicas para doação como uma dificuldade na hora de disputar uma empresa com outras cidades.
Hoje, a prefeitura não tem áreas disponíveis e tenta solucionar um problema na área industrial da Limeira, que foi ocupada irregularmente por algumas famílias.
“Estamos organizando o que temos na mão, regularizando. Temos uma situação de invasão dentro da área industrial e estamos trabalhando junto a Procuradoria e a Assistência Social para dar a melhor solução, já que aquele espaço é destinado às empresas e está fazendo falta”.
O secretário também destaca que dentro do projeto Brusque 2030, a prefeitura pretende dar início construção do novo anel viário, que passará pelas ruas 25 de Julho e Alberto Muller, no bairro Limeira. A ideia é que com este novo acesso ao bairro, sejam criadas áreas para a instalação de empresas.
“Estamos visualizando esse novo acesso na Limeira e, com certeza, terão áreas destinadas para as indústrias. A prefeitura estará do lado dos empreendedores, dos investidores que querem investir em um novo espaço industrial, teremos condições de pavimentar ruas e abrir acessos”.
Segurança, qualidade de vida e mão de obra influenciam
O secretário de Desenvolvimento Econômico destaca que além da proximidade com os portos de Itajaí e Navegantes, Brusque tem como diferencial os baixos índices de criminalidade, que refletem na qualidade de vida. Ele também ressalta a mão de obra da cidade.
“Isso é um ponto muito positivo para a nossa cidade. Temos uma mão de obra muito responsável, com pessoas que se dedicam, querem crescer, e os empresários notam isso”.
Brusque escolhida para iniciar expansão
A Grupar Auto Peças, de Maringá, no Paraná, é uma das novas empresas de Brusque. O empresário Denilso Parise iniciou a instalação da distribuidora de peças para veículos pesados no mês de janeiro e pretende para o futuro ampliar o trabalho na cidade.
O empresário conta que, inicialmente, o plano era instalar a filial em Itajaí ou em Joinville. Porém, seguindo o conselho de um amigo que já havia iniciado um negócio aqui na cidade, acabou escolhendo Brusque.
“Itajaí e Joinville tem uma alta rotatividade, principalmente na temporada de verão, as pessoas acabam saindo para trabalhar na praia e Brusque já é diferente, tem muitas indústrias, então as pessoas já têm essa cultura de trabalhar em fábricas”, analisa.
A proximidade de Brusque com os portos de Itajaí e Navegantes também foi um ponto bem importante na hora de decidir.
“Eu importo muitas peças de fora, uso muito o porto, e aqui em Brusque estamos a 30 km, facilita muito. Aqui em Brusque fazemos a checagem da mercadoria, o controle de qualidade e daqui despacho uma parte para Maringá e o resto fica aqui em Brusque para fazer a distribuição para o Sul do país”.
Em Brusque, a Grupar Auto Peças se instalou na rodovia Ivo Silveira e já conta com 20 funcionários. A ideia do empresário é que a filial de Brusque ultrapasse o número de colaboradores da matriz, em Maringá.
“Em Maringá tenho próximo de 60 funcionários e a minha ideia é que aqui, dentro de pouco tempo, um a dois anos, chegue próximo ao número de Maringá e até ultrapasse”.
A empresa comercializa peças exclusivamente para caminhões de carga pesada, como Scania, Volvo e Mercedes.
Incentivo às empresas de tecnologia
No início deste mês de outubro, a Câmara de Vereadores aprovou o projeto que incentiva a atividade tecnológica e de inovação na cidade.
O projeto cria o Sistema Municipal de Inovação (SMI), o Conselho Municipal de Inovação (CMI) e o Fundo Municipal de Inovação (FMI), prevê a concessão de imóveis do município para empresas de inovação e ainda autoriza a prefeitura a realizar investimentos de infraestrutura, em bens públicos que dão suporte aos mecanismos de promoção da inovação.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ademir Jorge, a prefeitura tem muito interesse em apoiar empresas da área da tecnologia, mercado que está crescendo cada dia mais.
“A nossa ideia é criar um polígono, que seria um distrito tecnológico, que iniciaria na Unifebe, até o limite com Itajaí, no Limoeiro, aproveitando o Centro de Inovação que está sendo construído ali”, revela.
O plano, de acordo com ele, é aumentar o interesse da indústria de tecnologia em Brusque. “É uma indústria limpa, que muitas vezes, necessita apenas de uma sala e tem um grande faturamento. Outras cidades estão indo neste caminho, apoiando a tecnologia e a inovação, e nós também temos muito interesse, por isso, enviamos para a Câmara esta lei de inovação”.