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Mais de 30 palestrantes participaram da conferência O Negócio da Moda

Segundo o idealizador do projeto, Ivan Jasper, já está confirmada a próxima edição do evento em 2017

Transformação e inovação são os motes do mercado da moda. Mudanças nos processos e na forma de se comunicar com o público se fazem necessárias nesse momento em que todos estão buscando sentido para o que fazem e para suas vidas. Durante três dias, cerca de 2 mil pessoas participaram da 2ª Conferência O Negócio da Moda (ONDM), que aconteceu no Maria’s, em Camboriú. O idealizador do projeto, Ivan Jasper, num balanço geral, diz que essa segunda edição superou as expectativas. “Já está confirmada a próxima edição em 2017”, garante.

De acordo com Jasper, o feedback dos participantes foi excelente. Todos elogiaram o conteúdo exibido e aprovaram os conferencistas. “Estamos no caminho para esse evento se tornar um dos principais no Brasil em negócios de moda. Hoje, apenas na segunda edição, já está bem conceituado. E a nossa proposta é de a cada edição trazer mais novidades para esse público ávido por conhecimento”, avalia.

Empreendedorismo e inovação

Todos os participantes enfatizaram a necessidade de ser ousado e empreendedor, além de inovador nessa nova era. Rafael D´Avilla, da Korova, disse que todo empreendedor é um sonhador, é alguém que, mesmo com dificuldades, acredita que as coisas podem dar certo. Um exemplo que corrobora a opinião de D´Avilla é a Damma, empresa de um ano e meio e que já está bem conhecida no mercado. O seu empreendedor, Daniel Mafra, explica que durante muitos anos trabalhou em uma empresa têxtil e enfatizou que aprendeu muito, mas que tinha necessidade de fazer algo diferente. Foi então que surgiu a Damma, inicialmente com confecção, e, nesse período, já desenvolveu uma coleção de jóias e uma linha exclusiva para a Porcelana Schmidt.

Sobre inovação quem mais se destacou foi o ex-gerente de marketing da farm, André Carvalhal, que pautou toda a sua palestra na virada de vida que deu e apresentou uma nova forma de trabalhar com moda. Ele criou a Malha, uma forma nova de empreendedorismo e coworking, no Rio de Janeiro. Por meio da Malha, ele conecta criadores, empreendedores, produtores, fornecedores e consumidores preocupados em produzir uma moda sustentável e colaborativa. Carvalhal enfatizou que estamos vivendo muitas mudanças no conceito da moda que daqui algum tempo serão lembradas como uma nova Revolução Industrial. “O consumidor não quer mais comprar só por comprar. Hoje, as coisas têm que fazer sentido para ele. O consumidor quer saber a origem do produto, se foi usada mão de obra barata, pelo de animais, agrotóxicos, etc. Estamos numa era de mais consciência”, afirma.

Orientado por esse novo olhar da moda é que Carvalhal toca a Malha. De acordo com ele, não existe nenhum lugar no Brasil que funcione como na Malha. No espaço, por exemplo, há uma fábrica com todo maquinário disponível para produção. Quem quiser pode alugar o espaço para dar vida às suas criações. “Ninguém precisa ser dono sozinho de uma estrutura industrial. Isso pode ser compartilhado. Assim ajudamos o planeta”, diz.

Durante sua palestra, Carvalhal focou muito na busca por uma moda mais sustentável na qual se reciclam materiais, transformam-se roupas de brechó e calças jeans velhas são customizadas. Além disso, ele também gosta muito dessa nova onda de guarda-roupa compartilhado, em que se paga uma mensalidade e durante o mês tem direito a pegar um número x de roupas para serem usadas. Assim, ninguém mais precisa ter várias peças em casa, que usa só de vez em quando.

De acordo com o idealizador do São Paulo Fashion Week (SPFW), Paulo Borges, é imperativo investir em inovação e pensar de forma diferente suas coleções. “O mundo estressou todos os seus padrões e moda está sendo reconstruída de forma diferente. Estamos vivendo uma crise geral do sistema, não só econômica, política, de varejo ou consumo. Estamos no caos e é nesses momentos que surgem novos modelos. Agora, está no momento de colocarmos mais alma em nossos negócios, não focar somente no racional”, enfatiza.

O presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, diz que estamos no fim de um ciclo e buscando uma retomada da economia. A Riachuelo é conhecida por ser uma empresa de fast fashion. Rocha diz que essa é a “onda” do momento. Mais ninguém tem paciência para esperar as coisas chegarem. Todo mundo quer para “ontem”. Por isso, os estilistas e as empresas estão tendo que ser mais ágeis. A Riachuelo, por exemplo, lança cerca de 48 mil novos produtos todos os anos. A cada 10 dias tem uma média de dois mil novos produtos nas lojas.