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Mais de 40 famílias vivem sem água tratada em ruas do Bateas, em Brusque

Ruas até hoje são abastecidas com poços e manancial

Os moradores das ruas BA 041, BA 042 e BA 043 ainda não consomem água tratada no Bateas, em Brusque. Há anos, mais de 40 famílias são abastecidas por meio de poços e manancial.

De acordo com o diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque, Luciano Camargo, outras regiões menores no bairro Santa Luzia, Nova Itália e Cedro Grande, possuem locais que não há água tratada, mas com duas a três famílias.

“Depois que demos publicidade a este caso, é bem comum que apareça novos locais que não imaginávamos que não tinha água tratada”, destaca.

O caso foi descoberto por meio de uma denúncia recebida na ouvidoria, e após uma visita e consulta a outros setores da prefeitura, foi identificado que há irregularidades nas vias, informa Camargo.

As casas nas localidades do Bateas não são escrituradas, o que impede o Samae de Brusque de fornecer o serviço público, mesmo com uma estação de tratamento presente a poucos metros destas vias.

Diante do impasse, os cidadãos que vivem na região são obrigados a consumirem água bruta de poços e, também, de um manancial localizado nas adjacências. A situação, que se arrasta por um longo tempo, acarreta em riscos para a saúde dos moradores, já que, mesmo aparentando ser cristalina, as águas captadas nestas casas possuem bactérias e outras impurezas.

Na última segunda-feira, 17, o diretor-presidente da autarquia, Luciano Camargo, acompanhado do coordenador da Área Técnica, Juliano Pereira, e do diretor de Expansão, engenheiro Eduardo Fernandes, fez um estudo de campo na região. Na ocasião, o gestor conversou com moradores e, também, coletou três amostras de água para análise físico-química.

“A forma que eles obtiveram a água é totalmente insalubre. Nossas análises mostraram que as águas tem a presença de coliformes totais, fecais e, também, da bactéria Escherichia coli (E. coli), que é muito resistente e pode causar sérios danos à saúde das pessoas”, explica Camargo.

Ele destaca que a bacteria E. coli é muito resistente e causa sérios problemas intestinais, entre elas, desinteria, dor abdominal, infecção urinária e intestinal.

Camargo informa que durante a visita in loco, moradores relataram ter sérios problemas de pele, e uma moradora contou que está tentando se curar de uma bactéria intestinal, ainda sem sucesso.

“Nós presenciamos muitas crianças pequenas, bebês de colo. Tinha um casal de senhores com comorbidades e um deles acamado. Outro morador tem diabetes, então como essas pessoas vão se banhar em uma água nessa qualidade? Isso só agrava os problemas que eles já tem”, conta.

Água superficial

Camargo explica que a água consumida pelos moradores é superficial, que sai direto das represas e está exposta a qualquer tipo de contaminação. “É como pegar água da beira do rio com um balde, não tem controle. Por mais límpida que seja, ela tem um material sedimentado muito grande”, ressalta.

Os moradores também relataram para o diretor-presidente que quando chove, chegam a ficar de seis horas até três dias sem água por conta da sujeira que vem junto com a chuva.

Em comparação, a água do Samae é clorada, possui a presença de flúor, controle de qualidade e passa pela filtragem da matéria orgânica.

Desburocratização

O diretor-presidente informa que irá se reunir com o vereador Ivan Martins, para tratar da desburocratização do Samae em regiões que não há água tratada.

Atualmente o Samae só realiza a instalação de rede com escritura do terreno. No caso das ruas, ele conta que deve tentar uma nova forma de cadastro, que deve se tornar lei, para conseguir resolver o problema.

O objetivo é a realização de um estudo técnico-jurídico para que, mesmo diante das questões legais acima apresentadas, o Samae consiga obter autorização para levar sua água tratada para a região.

“É uma questão de saúde pública e o Samae precisa se preocupar com esta situação  tivemos relatos de moradores que tiveram problemas de pele, com bactéria, então nós vimos que esses moradores passam por extrema necessidade de água tratada”, destaca o diretor-presidente.

Trabalho com a comunidade

Até que a rede de água tratada seja viabilizada para a região, o Samae irá enviar, a partir da próxima semana, servidores especializados em meio ambiente para orientar a população local sobre procedimentos paliativos como, por exemplo, a fervura da água que será consumida.

“De primeiro momento, estou conversando com a educadora ambiental. Temos uma comissão de meio ambiente que está elaborando um material para que possam ter dicas de como amenizar os riscos e tomem cuidado com o consumo”, finaliza.


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