Mais de 40 focos de dengue são registrados até junho
Número é três vezes maior do que o encontrado durante os 12 meses de 2014
Número é três vezes maior do que o encontrado durante os 12 meses de 2014
Mesmo Brusque não tendo apresentado nenhum caso de dengue autóctone (quando a doença é contraída dentro do município), a situação ainda é preocupante. De janeiro a junho deste ano foram encontrados 41 focos positivos de Aedes aegypti na cidade. Neste período, seis pessoas foram infectadas com a doença.
Levantamento da Vigilância Epidemiológica mostra que 67% dos focos estão concentrados nos bairros Santa Rita, Nova Brasília e Santa Terezinha, embora dez bairros tenham sido afetados. A coordenadora Fernanda Lippert afirma que, em comparação com 2014, quando foram registrados durante todo o ano 12 focos positivos no município, o número atual é preocupante. “Em seis meses foram 41, três vezes mais do que o ano passado”, diz. De acordo com ela, acredita-se que os bairros com maior incidência tenham recebido focos devido a circulação constante de veículos de outras cidades. “Não sabemos identificar de onde vem. A situação está controlada até o momento, mas ainda é preocupante”, alerta.
Fiscalização
Fernanda afirma que o que preocupa é a quantidade de locais com água parada. Para ela, a tendência dos focos é diminuir a partir do momento que as pessoas começarem a se conscientizar que dengue é doença e pode matar. “Estamos intensificando as fiscalizações nas áreas dos focos positivos, bem como as inspeções aos ferros velhos, borracharias e locais com grande acúmulo de água. Também desenvolvemos diversas ações educativas junto às escolas e empresas”, frisa, explicando que a equipe de 11 profissionais do Programa de Controle da Dengue realizam atividades de prevenção em Brusque durante o ano todo.
Principais atividades de prevenção
Inspeção da rede de armadilhas: armadilha é um pneu cortado ao meio, preso a um arame e colocado estrategicamente em locais onde há a possibilidade do vetor chegar e se instalar, a cada 100 imóveis ou a cada 300 metros, distribuídas conforme a necessidade de cada bairro – visitadas semanalmente pelos agentes responsáveis;
Inspeção dos Pontos Estratégicos: todos os ferros velhos, floriculturas, borracharias, materiais de construção, pontos de reciclagem, onde a possibilidade do vetor se instalar é grande – visitados quinzenalmente pelos agentes responsáveis;
Tratamento em área de foco: é considerado foco sempre que uma larva é identificada e positiva para Aedes aegypti (mosquito transmissor da doença). Todos os imóveis a um raio de 300 metros são visitados e orientados – a cada dois meses a equipe retorna a esta área;
Confecção do Reconhecimento Geográfico: são contados e classificados todos os imóveis de cada bairro, para adequação/necessidade do número de armadilhas;
Pesquisa Vetorial Especial: atividade realizada toda vez que surge um suspeito de dengue. A equipe vai até o local para orientar, inspecionar e verificar a possibilidade do vetor estar no local;
Atendimento a denúncias e solicitações de vistoria: demanda das ligações que a população realiza;
Ações educativas: palestras e atividades de orientação e prevenção em escolas, empresas e com a população em geral.
Bairros com focos positivos de Aedes aegypti
Nova Brasília 13
Santa Terezinha 8
Centro 7
Santa Rita 5
Águas Claras 2
Bateas 2
São Luiz 2
Cedrinho 1
Dom Joaquim 1
Steffen 1
Mais de 3.200 casos confirmados em SC
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina informou que de janeiro a junho foram notificados 9.266 casos de dengue no estado. Destes, 3.269 (35%) foram confirmados (2.255 por critério laboratorial e 1.014 por clínico epidemiológico), 4.858 (52%) foram descartados e 1.139 (12%) casos suspeitos estão em investigação. Do total de casos confirmados, 3.002 (92%) são autóctones (transmissão dentro do estado), 188 (6%) são importados (transmissão fora do estado) e 79 (2%) estão em investigação para definição do local provável de transmissão.
Orientações para evitar a dengue
Evite usar pratos nos vasos de plantas, se usar, coloque areia até a borda;
Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
Mantenha lixeiras tampadas;
Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem nenhuma abertura, principalmente as caixas d’água;
Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;
Mantenha ralos fechados e desentupidos;
Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
Retire a água acumulada em lajes;
Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados; mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.