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Mais de 50% do PIB

Indústria é responsável pelo avanço da economia, que cresce acima da média estadual

Botuverá transformou-se em um município industrial. O Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae-SC) realizou um levantamento em 2017 no qual faz um diagnóstico da economia do município e confirma que mais da metade da riqueza gerada é oriunda da indústria – com ampla participação do têxtil.

A pesquisa Botuverá em Números compilou os dados mais recentes referentes a vários indicadores. Por exemplo, o estudo demonstra que o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade em 2014 foi de R$ 240 milhões, o 127º maior do estado.

Deste total, segundo dados da Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina, 53,4% do PIB botuveraense estava ligado à indústria. Ou seja, mais da metade da soma de todas as riquezas da cidade vem deste segmento.

O restante do PIB municipal é formado por 2,7% ligado à agropecuária, 1%, ao, comércio, e 19,2%, ao segmento de prestação de serviços. A administração pública e os impostos representam 23,7%.

Botuverá também tem uma das maiores taxas de crescimento do PIB. De acordo com os dados coletados pelo Sebrae-SC, entre 2010 e 2014, o acréscimo foi de 23,7% ao ano, enquanto que a mediana estadual é de 12,2%.

O mesmo levantamento traz os números do Valor Adicionado Bruto (VAB) de cada segmento. O VAB é, em resumo, o lucro bruto de cada setor da economia.

O maior segmento dentro do VAB da indústria é a indústria de transformação. Estão inseridos neste ramo a madeireira e celulose, metalmecânica e o têxtil, entre outras atividades.

O segmento de transformação responde por 77,3% do PIB de Botuverá. Dentro da transformação, a cada R$ 10 de riqueza gerados, R$ 8,90 são relacionados ao têxtil. Para se ter uma ideia da relevância desta fatia de mercado, o segundo colocado é a madeireira e celulose com em torno de R$ 1.

“Temos que destacar os nossos empresários. Teve crise, mas não sentimos. O nosso empresário é trabalhador. Hoje, o têxtil é a maior fatia da economia. Notamos a olho nu que o setor está crescendo, com indústrias modernizando as máquinas”, afirma o prefeito José Luiz Colombi, o Nene.

O coordenador do Núcleo de Empresário da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Eduardo Barni afirma que a diversificação da economia é importante. Segundo ele, o têxtil tem se modernizado e está “alavancando a economia da cidade”.

Os números demonstram que Botuverá deixou de ser rural há muito tempo. Hoje, está entre as cidades mais ricas do estado. Os valores contrastam com o tamanho de sua população, entre as menores cidades catarinenses.

Qualidade de vida deu um salto com a iniciativa

Dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) comprovam o avanço da cidade. Em 1991, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) era 0,460, considerado muito baixo.

Fazia apenas seis anos que a primeira fábrica têxtil – a Fiação Botuverá – havia sido aberta. A indústria ainda engatinhava e começava a criar raízes nesta época.

Em 2010, o IDHM já havia subido para 0,794 – considerado muito alto. O padrão de vida cresceu, uma vez que a indústria oferece empregos mais estáveis e com melhores salários.

O PIB per capita subiu 114% de 2010 a 2014. Saltou de R$ 22.961 para R$ 49.328 anuais, de acordo o levantamento.

O prefeito diz que Botuverá é industrial e cada vez mais pessoas estão indo trabalhar no ramo têxtil. Ele implantou o transporte coletivo no ano passado com linhas para os trabalhadores como forma de contribuir para o desenvolvimento da atividade.

Nene avalia que o têxtil pode envolver também outras atividades comuns em Botuverá, como o plantio de eucalipto para reflorestamento. “O setor produtivo da indústria têxtil também pode incluir a lenha, que vai na caldeira das tinturarias. Apesar de a lenha ser isenta de impostos, agrega valor e gira a economia”.

Ramo gera retorno em impostos

O Valor Adicionado Fiscal (VAF), usado como base para o cálculo de retorno do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), também teve um salto em Botuverá com o amadurecimento e crescimento da indústria.

Em 2010, o VAF era de R$ 70,5 milhões. Quatro anos depois, foi para R$ 182,92 milhões. Uma fração disso foi destinada à prefeitura.

Nene Colombi afirma que o têxtil representa uma fatia importante em impostos. O valor é convertido em benfeitorias do poder público.

Segundo ele, hoje em dia, a prefeitura tem as contas equilibradas devido ao alto retorno que o têxtil proporciona. Isso também possibilita mais independência financeira para obras próprias, contrapartidas e capacidade de endividamento.


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