Semana passada falamos de 7 filmes que estão concorrendo ao prêmio principal do Oscar. Temos ainda mais dois… e vários outros que fazem parte do seleto time de indicados a várias das estatuetas mais desejadas.
Os prêmios técnicos reúnem grandes produções, a maioria bem obrigatória. Star Wars está concorrendo nas categorias de contemplam som e efeitos. Blade Runner 2049 também ficou restrito aos técnicos. Já Logan conseguiu um lugar mais nobre, entre os roteiros adaptados. Aos poucos, a Academia vai ter que perder o ranço e abraçar os filmes mais populares nas salas de cinema. Sem perder o papel de indicar filmes voltados para públicos mais específicos, por favor. Precisamos de mais visibilidade para histórias que não tenham super-heróis. E mais prêmios para os superpoderosos. Será que conseguimos chegar neste equilíbrio?
Mas vamos parar de devanear. Que os filmes são muitos e o espaço é limitado!
Lady Bird
O filme semi inspirado na adolescência da diretora Greta Gerwig (depois do clube do bolinha na categoria, nos Globes, era de se esperar que a Academia não cometesse o mesmo erro e a colocasse como representante feminina entre os diretores. Sem ser cota.) tem sido muito elogiado, por conseguir contar aquela velha história da teen rebelde, que não aceita os padrões limitantes impostos pela mãe e pela escola… escapando os clichês mais esperados.
Talvez por ter recebido tantos elogios, senti um gostinho de decepção. Fica a impressão de que a trama nunca de aprofunda. Talvez a adolescência seja isso. Um período de pontas soltas.
Me Chame Pelo Seu Nome
Também muito, muito elogiado, a história de amor entre um adolescente e o assistente do pai professor é contada de uma maneira que mescla o poético, o delicado e o direto. Demora muito para engrenar, o que me causou uma certa impaciência, que as maravilhosas paisagens italianas não conseguiram suprir. Há quem aplauda de pé. De novo, eu esperava mais.
O ator principal do filme, Timothée Chalamet, que concorre a melhor ator, também está presente em Lady Bird, em um papel menor. Podemos apostar nele como a face hypada de muitos filmes próximos.
Ah, sim: o roteiro, que concorre na categoria adaptada, é assinado por James Ivory, conhecidíssimo nos anos 80 e 90 por ter dirigido filmes como Vestígios do Dia, Uma Janela para o Amor, Maurice, Retorno a Howards End. A delicadeza vem de longe…
E agora que esgotamos os indicados a Melhor Filme, vamos complementar!
Roman J. Israel, Esq.
Este é o filme pelo qual Denzel Washington concorre como Melhor Ator. É a única indicação do filme. Mas ele não perde em nada de muitos dos concorrentes a melhor filme. A história do advogado idealista que, cansado de décadas de pouco dinheiro e pouco reconhecimento, resolve experimentar o “campo inimigo” é muito bem contada.
Sem falar que Denzel Washington sempre merece suas indicações, é um monstro da atuação. É a Meryl Streep de gravata. Tem outra coisa: não é qualquer ator que consegue continuar ativo e relevante depois que passa da sua fase galã. Ele consegue.
Eu, Tonya
Concorre em três categorias: Melhor Atriz (a arlequina Margot Robbie), Melhor Atriz Coadjuntante (a Mom Allison Janney, que já ganhou, por este papel, o Golden Globe e o Bafta, entre outros) e edição. Poderia ser o décimo concorrente a Melhor Filme, tranquilamente.
Apesar da caracterização da época parecer confusa, o jeito de contar a história real da patinadora acusada de agredir a colega da equipe olímpica é cativante, com personagens inacreditáveis.
Viva: A vida é uma festa
Loving Vincent é lindo. O Poderoso Chefinho é excelente, especialmente para adultos. O Touro Ferdinando deve ser uma graça. The Breadwinner… não faço ideia. Mas o Oscar de Melhor Filme de Animação vai mesmo para Coco, que teve seu nome modificado no Brasil, provavelmente porque acham que a gente ia confundir com cocô e rejeitar a animação. Dã. O filme é de deixar qualquer Disney/Pixar morta de orgulho.
Se eu disser que é melhor do que boa parte dos indicados a Melhor Filme, você vai achar que eu estou exagerando? Olha…