Mamógrafo da Rede Feminina de Combate ao Câncer está desativado desde março
Equipamento está sem utilização por causa da crise financeira do HEM, onde estava instalado
Equipamento está sem utilização por causa da crise financeira do HEM, onde estava instalado
Desde que começou a greve no Hospital e Maternidade de Brusque (HEM), em meados de março deste ano, o mamógrafo do governo do estado cedido à Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brusque está desativado.
O equipamento, que funcionava no hospital até este entrar em crise financeira, é primordial para o trabalho da entidade, pois permite a identificação precoce do câncer de mama.
Entretanto, ainda não há definição sobre onde o equipamento será instalado, tampouco quando isso ocorrerá.
Segundo a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Sonia Zink, na semana passada foi realizada uma reunião entre a entidade, a Secretaria de Saúde de Brusque e a Gerência de Saúde da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Brusque para tratar do caso, mas nada foi definido.
Sonia afirma que a Secretaria de Saúde ficou de dar uma resposta sobre o caso até o fim desta semana, o que ainda não ocorreu. Não conseguimos contato com o secretário da pasta, Humberto Fornari, para comentar o caso.
O Hospital Azambuja é a preferência da Rede Feminina, uma vez que a instituição já ofereceu um espaço para abrigar o mamógrafo.
Até que se chegue a uma solução, as pacientes têm duas opções: fazer as solicitações no Sistema Único de Saúde (SUS) ou pagar exames particulares. No SUS, há a demora habitual da rede pública.
Com o mamógrafo da Rede Feminina, os exames estavam sendo agendados até para a mesma semana, ou no máximo para a semana seguinte à solicitação.
“Está sendo bem complicado. As mulheres chegam na Rede e precisam fazer, há outras que já marcaram e não conseguem fazer, e dizer para elas que não tem previsão é complicado para a gente”, afirma a presidente da Rede Feminina.
“Estamos deixando de salvar vidas por causa disso”, avalia Sonia Zink.
No HEM, a cota de exames mensal disponibilizados para as mulheres atendidas pela Rede Feminina era de 80 mamografias. Porém, esse número está abaixo da demanda, que é de 300 a 400 exames mensais.
Com isso, a Rede prioriza o encaminhamento das pacientes mais carentes. Com o mamógrafo no Hospital Azambuja, a presidente afirma que seria possível pleitear uma cota maior de exames.
“Agora é aguardar a Secretaria de saúde decidir. O quanto antes for resolvido vai ser melhor para a população de Brusque”, afirma Sonia Zink.
Nesta semana, o vereador Marcos Deichmann se manifestou sobre o tema na tribuna, destacando a necessidade do mamógrafo estar em funcionamento.
Na ocasião, ele creditou a demora à ADR de Brusque. Contatada, a assessoria do órgão estadual informa que está com as mãos atadas sobre o caso, apesar do mamógrafo ser, oficialmente, de propriedade do estado.
Segundo a ADR, o município de Brusque tem gestão plena sobre a saúde e, portanto, é ele quem tem o poder de decidir onde e quando instalar o mamógrafo.