Manifestação contra a corrupção e a favor da prisão em segunda instância reúne brusquenses na praça Sesquicentenário
Ato aconteceu na tarde deste sábado
Neste sábado, 9, a praça Sesquicentenário, em Brusque, foi lugar para uma manifestação para exigir a prisão em segunda instância. O protesto aconteceu em diversos lugares do país, mesmo depois do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir na quinta-feira, 7, por 6 votos a 5 contra a validade da execução provisória de condenações criminais.
A decisão da Corte permite que condenados presos em segunda instância recorram aos juízes que expediram os mandados de prisão para serem libertados. A defesa do ex-presidente Lula entrou com pedido para a soltura do político, que deixou superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, por volta das 17h40 desta sexta-feira, 8.
“Nós ainda estamos digerindo o que pode ser feito”, diz Sabrina Avozani, uma das líderes do Movimento Brusque Contra a Corrupção (MBCC). Ela comenta que está revoltada com a liberdade do ex-presidente Lula, mas confessa que não está surpresa. “Porque um país que viveu, cresceu na base da corrupção e à sombra da impunidade, esse episódio acaba não surpreendendo, embora revoltando”, afirma Sabrina.
Sabrina diz que a partir de agora o grupo vai permanecer atento. “Eternamente vigilantes porque sabemos que a luta começou do zero novamente, mas com esperança de que a gente vai vencer”.
Mesmo com o tempo instável, os brusquenses foram até a praça para participar da manifestação.
Quando começou a chover, os manifestantes abriram guarda-chuvas, alguns até colocaram capa de chuva e muitos foram se abrigar na estação de bicicletas compartilhadas.
Dentre eles estava a comerciante Marli Vinotti, de 47 anos. Ela foi até a praça com os filhos José e Débora e o genro Charles e conta que já participou com a família de outras manifestações.
Marli diz que o que a motivou a participar da manifestação foi a corrupção. Ela afirma que a operação Lava-Jato é fundamental.
Com relação à prisão em segunda instância, a comerciante foi para pedir pela revogação da decisão do STF. Marli espera que uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera a legislação sobre a prisão em segunda instância, de autoria do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) seja aprovada.
O empresário Heberton Tavares, 39 anos, também faz parte do MBCC. “A gente já tava programando essa manifestação para realmente falar a respeito do julgamento da prisão em segunda instância e o que aconteceu agora foi uma motivação maior, com a liberdade do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva”, comenta.
“Agora eu creio que é fazer pressão nos senadores e deputados pra que consigam revogar essa lei retrógrada”, finaliza.