Manifestação em frente ao Tiro de Guerra completa 30 dias em Brusque; saiba como é organizada
Conheça as motivações e a logística dos manifestantes que permanecem há um mês no local
Conheça as motivações e a logística dos manifestantes que permanecem há um mês no local
Nesta sexta-feira, 2, faz um mês que manifestantes contrários à eleição de Luis Inácio Lula da Silva permanecem em constante vigília em frente ao Tiro de Guerra, em Brusque.
No local, ainda é possível ver barracas armadas, banheiros químicos e uma cozinha improvisada para alimentação dos manifestantes. Além disso, o trânsito no local continua em meia pista. Os manifestantes classificam o ato oficialmente como “pela pátria e pela liberdade do Brasil”.
O jornal O Município questionou manifestantes sobre os motivos que os fazem permanecer por 30 dias acampados no local. Todos os relatos são bastante semelhantes.
Mariane Petermann Zendron é uma delas, e relata que costuma ir até o Tiro de Guerra durante a noite, e que fica por um tempo prolongado. Porém, dependendo do tempo, chega a ir três vezes no mesmo dia.
“Participo desde o primeiro dia e faço parte do movimento. Estamos lá por um motivo: não aceitamos um ex-presidiário como presidente do nosso país. A eleição teve um resultado, no mínimo, duvidoso. Não queremos o comunismo instalado como forma de governo no país, o que seria um desastre para nossa nação”, comenta.
Mariane também conta que não chegou a dormir no local, mas que admira as pessoas que realizam o ato. Para ela, alguns deixaram o conforto de suas casas “pelo bem do Brasil”.
“Ficaremos na manifestação e não temos prazo para sair. Temos um objetivo e vamos alcançá-lo. Não estaríamos lá se não acreditássemos”, diz ela, referindo-se à reversão do resultado das eleições presidenciais. “Qual a dificuldade de entregar o código fonte [das urnas eletrônicas] se garantem transparência nas eleições? Queremos transparência”, conclui a brusquense.
Eduardo Cristian Reis, de 26 anos, também participa das manifestações e explica como é feito para que sempre haja pessoas no local. Ele afirma que os manifestantes se revezam para que permaneçam lá de forma ininterrupta. Segundo Eduardo, no total participam diariamente do movimento cerca de 800 a mil pessoas. Parte delas dormem nas várias barracas que existem nas proximidades.
“À noite o pessoal dorme nas barracas e de dia procuram se concentrar em frente ao TG para se manifestar. Também foram doados quatro banheiros químicos, que são limpos todos os dias”, conta. Não foi informado quem fez as doações dos banheiros químicos para a manifestação.
O protesto tem uma rotina definida. Ocorrem durante o dia cerca de seis a oito “chamamentos”, termo utilizado pelos manifestantes. Neles, as pessoas buscam se reunir na frente do Tiro de Guerra para cantar o hino nacional e “pedir socorro” ao Exército, numa referência ao que classificam como necessidade das Forças Armadas intervirem após o resultado do processo eleitoral divulgado pelo TSE.F
À noite, Eduardo conta que as pessoas buscam realizar um momento de louvor e adoração a Deus.
“Além disso, temos três refeições fixas: café da manhã, almoço e jantar. Entre cada refeição sempre temos cachorro-quente, frutas e café. Toda a comida é feita por uma equipe que se formou sozinha aqui. Todos os alimentos são doados por diversas pessoas”, conclui Eduardo.
Questionados, manifestantes afirmam que o movimento é coletivo, não tendo nenhum representante fixo que fale por todos.
Foi no feriado de finados, dia 2 de novembro, que milhares de manifestantes se reuniram em frente ao Tiro de Guerra, na rua Felipe Schmidt, no São Luiz, em Brusque. Os atos começaram por volta das 8h.
O protesto, que foi pacífico e reuniu famílias, registrou grande adesão, com os participantes tomando conta das ruas no entorno do Tiro de Guerra.
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