Manifestação em repúdio ao estupro coletivo ocorrerá nesta quinta-feira, 28, em Brusque
Grupo feminista organiza o ato, às 19h, na Praça da Cidadania, após a indignação sobre o caso ocorrido em abril, contra jovem de 22 anos
Em repúdio ao estupro coletivo ocorrido em abril deste ano contra uma jovem de 22 anos, em Brusque, o grupo Coletivo Feminista Maria Vai Com as Outras organiza um manifesto.
O ato ocorrerá nesta quinta-feira, 27, às 19h, na Praça da Cidadania, no Centro, e seguirá pela rua Rodrigues Alves e avenida João Bauer, em uma passeata até a Praça Sesquicentenário.
Um evento foi criado em uma rede social – Facebook – para convidar as pessoas e foi intitulado: TODAS Contra 8: repúdio ao estupro coletivo Brusque/SC.
Na descrição do evento, os organizadores destacam que nada justifica o estupro, que é um crime. Por isso, vão às ruas mostrar que nenhuma mulher está sozinha e exigem Justiça. “Não foram oito contra uma, foram oito contra todas”, enfatizam.
A manifestação terá como objetivo expressar a indignação sobre o assunto, além de ressaltar que a culpa nunca é da vítima, por isso, nada justifica a violência contra a mulher.
A ação foi criada logo após a divulgação da notícia no jornal Município Dia a Dia, na segunda-feira, 25, e quase 130 pessoas já confirmaram presença e outras 150 demonstraram interesse em participar.
Uma das organizadoras, Rafaela Felipe Kohler, 28 anos, que também é integrante do coletivo feminista, conta que o grupo já vinha planejando realizar algum evento no mesmo sentido para expressar para a comunidade o papel da mulher. Com o ocorrido em Brusque, a ideia foi antecipada.
“Pelo teor da notícia e como existem outros casos semelhantes no país ocorridos recentemente, nós, do grupo, achamos que precisamos nos manifestar em relação a isso”, afirma.
Para ela, é muito importante que as mulheres do município se unam e se posicionem em relação à violência sexual contra as mulheres. “Precisamos acabar com esse senso comum de achar que a culpa é da vítima, porque as pessoas sofrem mais ainda por se sentirem insultadas quando um ato assim acontece”, analisa Rafaela.
Durante o manifesto, os participantes levarão cartazes com frases de efeito e também pintarão mãos de vermelho na boca. A intenção é demonstrar o receio que a mulher tem em denunciar, devido aos julgamentos, como o peso da culpa, além das ameaças recebidas pelos agressores.
“Sabemos que existem muitos outros casos de abuso contra mulheres em nosso município que não são registrados por esse medo e precisamos acabar com isso”, diz.
A organização do ato pede ainda que todos que participarem estejam vestidos de preto e, se puderem, levarem velas, que serão acessas durante a passeata.