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Manifestação pede impeachment de Dilma Rousseff

Projeção da Polícia Militar é de que 3 mil pessoas vão ao manifesto que está marcado para domingo, 15

Mais de 4 mil pessoas confirmaram presença no Facebook no evento que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O protesto está marcado para o dia 15, domingo, às 10h, na praça Sesquicentário. Outros atos estão programados pelo país. A expectativa da Polícia Militar é que 3 mil pessoas vão ao manifesto popular, que divide entidades de classe da cidade.

O protesto a favor da deposição da presidente da República se inicia amanhã à noite. Um dos organizadores, José Adriano Machowski, explica que os protestantes ficarão de quarta ao sábado, 14, das 20h à meia-noite na praça em vigília. “Começaremos com um pequeno grupo e a nossa expectativa é que vá crescendo todas as noites, culminando na grande manifestação de 15 de março”, diz.

A ideia inicial dos organizadores era que eles ficassem com tochas na praça, para chamar a atenção das pessoas que passassem por ali. No entanto, a polícia lhes pediu que excluíssem o fogo do manifesto, por motivos de segurança, segundo Ronald Kamp, que faz parte da organização.

Segurança

O tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, afirma que a corporação repassou instruções de segurança aos organizadores e acredita que o movimento será pacífico. “Nós vamos estar lá para assegurar o direito constitucional de manifestação democrática”, diz.

O policiamento intensivo começará já amanhã, com a vigília. Além do policiamento normal, será chamado, inclusive, reforço de Guabiruba. “A nossa expectativa é que de 3 a 4 mil pessoas vão ao evento”, diz o tenente-coronel.

De acordo com Kamp, a organização não tem um número específico de quantas pessoas participarão do evento, porém acredita que haverá “uma grande quantidade”. Isso porque, além da divulgação nas redes sociais, foram entregues panfletos pela cidade. Ele ressalta, contudo, não serão tolerados atos violentos. “Se alguém vier com esta intenção, que nem venha, porque não vamos aceitar”, afirma.

Kamp diz que a organização conta com o apoio dos caminhoneiros de Brusque, que farão um buzinaço, e também estuda fazer “algo no contexto do panelaço de segunda-feira [9] que ocorreu em Blumenau”.

Impeachment moral

O objetivo do movimento é claro: quer o impeachment da presidente. Kamp, Machiowski e os membros da organização argumentam que as denúncias de corrupção generalizada na Petrobras, outrora uma das empresas mais valiosas do mundo, justificam a saída de Dilma Rousseff.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a lista de 47 políticos que serão investigados por suspeita de envolvimento nas irregularidades apuradas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. As siglas citadas foram: PP, PT, PMDB, PSDB e PTB. Dilma Rousseff não estava entre os nomes.

Ronald Kamp considera que somente este fato não inocenta a chefe da nação. “Existe muita discussão se há indícios para o impeachment, mas moralmente já deveria ser substituída. Em outros países, só por uma suspeita o presidente ou primeiro-ministro já renuncia”, diz.

Já Adriano Machiowski é mais enfático. “A presidente cometeu o crime de improbidade administrativa, por negligenciar e permanecer inerte frente aos crimes cometidos na Petrobras que geraram prejuízo de bilhões de reais. Isso aí é dinheiro nosso, desde o mais simples cidadão ao mais abastado”.

Os políticos citados na Lava Jato serão investigados. Sua citação não implica, necessariamente, em culpa. Como têm foro privilegiado, serão julgados pelo STF, enquanto os outros envolvidos responderão à primeira instância, no Paraná, onde a operação acontece.