Manifestantes têm objetivos distintos nas rodovias de Brusque e região

Pauta de reivindicações é difusa e varia desde a derrubada do governo a menos impostos

Manifestantes têm objetivos distintos nas rodovias de Brusque e região

Pauta de reivindicações é difusa e varia desde a derrubada do governo a menos impostos

A região de Brusque amanheceu com pontos de bloqueio nesta segunda-feira, 28, no oitavo dia de greve dos caminhoneiros. Os manifestantes têm diferentes objetivos com a mobilização.

Os pontos nas rodovias Pedro Merizio, em Botuverá, e Antônio Heil, em Itajaí, foram mantidos pelos grevistas e manifestantes. Já o bloqueio na rodovia Ivo Silveira, entre Brusque e Gaspar, foi mudado de local.

Rafael Bastiani, um dos líderes do movimento neste ponto, diz que o bloqueio foi levado para a entrada da Recicle porque, no local antigo, muitos caminhoneiros não-grevistas estavam passando por ruas adjacentes, por dentro de bairros, e acessando Brusque.

Bastiani diz que não é momento de se desmobilizar. “Não podemos afrouxar agora, temos que continuar”, declara.

Segundo ele, a proposta do presidente da República, Michel Temer, não atende aos pedidos da sociedade. “Tem que reduzir o diesel e gasolina também e permanente, não só por 60 dias”.

Bastiani afirma que o movimento continua forte e que há mais pontos de concentração pela região, como na BR-470 e perto da Havan de Gaspar.

O motorista Jardel Bonadiman também está concentrado no ponto da rodovia Ivo Silveira. Ele afirma que os carros de carga e caminhões não passam. Somente veículos de passeio são liberados.

Questionado sobre a sua avaliação da proposta feita pelo governo federal, Bonadiman diz que “não está acompanhando as mídias” e que está focado na organização do protesto por um país melhor.

Um dos líderes do bloqueio no Brilhante, em Itajaí, identificado como Sheile Nicoletti, o Cachorro, afirma que o objetivo central não é a redução do valor do diesel, tampouco da gasolina. A meta é a derrubada deste governo.

Na visão dele, o movimento está perto de conseguir o seu objetivo, com o fim dos combustíveis e, por consequência, a sensibilização de toda a sociedade brusquense. “O caos máximo, para acordar o povo que está no conforto em casa”, diz.

Um empresário que tem uma frota de caminhões foi ouvido pela reportagem, mas pediu para não ser identificado. Enquanto que os caminhoneiros queriam derrubada do governo e menos impostos na gasolina e no diesel, ele entende que é preciso uma reforma geral.

Para o empresário, os caminhoneiros só devem se desmobilizar quando tiverem toda a sua pauta atendida pelo governo. Ele vai mais longe e diz que só deve-se acredita no que “está no papel”, porque os governantes “não têm palavra”.

O empresário apoia o movimento e tem caminhões em diversos pontos de bloqueio.

Indaial
Na BR-470, os caminhoneiros também querem mais garantias. A pauta é diferente daquela defendida noutros locais. Um dos líderes do movimento, Magrão (que não quis se identificar por medo de possíveis represálias) afirma que a proposta é insuficiente.

“Essa migalha não adianta. Ele diz que vai baixar o combustível para 60 dias, quando chegar no 61º vai aumentar o mesmo tanto que diminuiu. Ele não fala em cifras. Se ele dissesse: ‘no 61º dias nós vamos aumentar 0,5%’, aí a gente já sabia o que fazer, mas ele não fala em cifras”, explica.

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