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Manifesto no Centro de Brusque pede o fim da “cultura do estupro”

Mulheres participaram de ato na quarta-feira, 1, na praça da Cidadania

Com o objetivo de lutar contra a cultura do machismo e do estupro, mulheres de todo o Brasil se uniram na última quarta-feira, 1, num ato denominado “Junho Feminista”. Em Brusque a mobilização reuniu no começo da noite, na praça da Cidadania, sete integrantes – estudantes, profissionais liberais, microempreendedoras e donas de casa.

No local foram fixados cartazes pedindo pela igualdade de gênero e pelo fim da violência contra a mulher. O material também foi colocado próximo à biblioteca municipal, no terminal urbano e na antiga banca Jardim.

Créditos: Coletivo Feminista Brusque/Divulgação

Uma das líderes do movimento – intitulado de Coletivo Feminista Brusque – Bruna Schneider, 21 anos, estudante de Medicina Veterinária, conta que primeiramente foi criado um evento no Facebook para convidar as mulheres da cidade a participar. Muitas confirmaram presença, mas devido à chuva não compareceram.

Ele afirma que o objetivo principal do ato foi de lutar contra o abuso sexual e contra o machismo. “O propósito era educar por meio de palavras simples e de forma que fizesse as pessoas pensarem, nem que fosse por um minuto, principalmente outras mulheres. Somos um coletivo novo que está ganhando força, temos idades diferentes, ideais diferentes e lutamos pela mesma causa”.

Bruna diz que o grupo pretende continuar se encontrando para debater o tema. Porém, não há previsão de data e local para a próxima reunião.

Estupro no Rio de Janeiro

O Junho Feminista ganhou força após uma adolescente de 16 anos ter sido estuprada por mais de 30 homens, na semana passada, no Rio de Janeiro. Os movimentos feministas e organizações que lutam em defesa dos direitos das mulheres se reuniram em pelo menos 20 estados brasileiros.


Vítimas de violência sexual

No Brasil, a cada quatro minutos, uma mulher sofre agressão. Segundo o Mapa da Violência – Homicídio de Mulheres, do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan), do Ministério da Saúde, os atendimentos a mulheres vítimas de violência sexual, física ou psicológica em unidades do SUS totalizam 147.691 registros por ano.

Em 2014, o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública registrou 47, 6 mil vítimas de estupro no Brasil, uma média de um ato desse crime a cada 11 minutos. Já o estudo “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estima que 0,26% da população brasileira sofre violência sexual, totalizando 527 mil tentativas ou casos de estupros consumados no país anualmente, dos quais apenas 10% são reportados à polícia.