Manutenção periódica das galerias do PAC é essencial para evitar alagamentos
Até um sofá e uma máquina de lavar roupas já foram encontrados bloqueando a passagem da água
Até um sofá de três lugares já foi encontrado dentro de uma das galerias do PAC Macrodrenagem, em Brusque, segundo a Secretaria de Obras do município.
O equipamento estava bloqueando a fluidez das águas pluviais e, por consequência, provocando alagamentos. Esse é só um dos exemplos citados pelo secretário da pasta, Ricardo José de Souza, para exemplificar a necessidade de que, pelo menos uma vez por ano, os equipamentos recebam manutenção.
Evitar o entupimento e a perda da capacidade de drenagem das galerias é o objetivo dessa revisão, que é feita, geralmente, em meados de outubro de cada ano, antecipando-se ao período mais chuvoso no município, registrado no início do verão.
De acordo com Souza, se elas não estiverem adequadamente limpas, não terão capacidade de drenar as águas de uma grande enxurrada.
“Infelizmente temos moradores que não têm consciência. Já chegamos a tirar sofá de três lugares de uma galeria, máquina de lavar roupa, porta de geladeira. Lixos dos mais variados e impensáveis que se possa imaginar que se encontre ali, a gente encontrou”, diz o secretário.
Com isso, a galeria começa a acumular sujeira e ficar obstruída, perdendo sua capacidade de drenagem.
“Na Limeira, próximo à rua do Fogo, teve uma situação que uma bombona de água de 200 litros entupiu a galeria. Represou água e causou enormes transtornos à população”, conta o diretor-geral da Secretaria de Obras, Nik Imhof.
A manutenção anual visa identificar esses problemas, assim como também os que não são causados pelo lixo jogado lá dentro.
Problemas estruturais
O secretário de Obras explica que há galerias não terminadas, devido a problemas com as empresas executoras, que possuem galerias assoreadas, como as do bairro Nova Brasília.
Há ainda aquelas em que se identificou problemas estruturais que precisam ser resolvidos. Um exemplo é a obra da rua Luiz Bertoldi, no bairro Limeira, onde o asfalto cedeu no ano passado.
Ao entrar nas galerias, funcionários da prefeitura identificaram que elas estavam operando apenas com 15% da sua capacidade de vazão, o que motivou necessidade de uma manutenção imediata.
Hoje está funcionando normalmente, mas conforme o diretor-geral da Secretaria de Obras, existe a certeza de que novos problemas acontecerão, tendo em vista que, de acordo com engenheiros da prefeitura, a tampa da galeria foi feita em material e formato inadequados, incapazes de suportar o tráfego pesado da via.
Outra obra em que foram identificados problemas foi na rua São Pedro, onde a prefeitura, ao fazer uma incursão nas galerias, identificou que terá de refazer parte da obra.
Conforme Souza, a manutenção anual é feita com uma vistoria in loco em todas as galerias instaladas, feita, geralmente, por dois ou três servidores da Secretaria de Obras, equipados com lanternas e máscaras.
Ali, verificam como está a estrutura das galerias, sua capacidade de dar vazão às águas, se há acúmulo de sujeira ou detritos que possam impedir a passagem da água e, consequentemente, provocar alagamentos nas ruas.
Os melhores fiscais, porém, são os moradores de onde as galerias estão instaladas, afirma o secretário Ricardo José de Souza.
“Muitos moradores antecipam os problemas. Se um morador avisa que está demorando pra escoar a água em certa rua, se verifica o problema”, diz. “Geralmente quando os moradores falam é ‘batata’, eles são os melhores fiscais”.
A manutenção, portanto, pode ser realizada também mediante pedido dos moradores, feito diretamente à Secretaria de Obras.