Maquinário da fábrica Renaux irá à venda em 27 de maio
Essa é a primeira parte dos bens da empresa a ser vendida; valor mínimo dos lances é de R$ 1,4 milhão
O primeiro lote do patrimônio da fábrica de tecidos Carlos Renaux, que está em processo de falência desde a metade de 2013, será vendido no dia 27 de maio, data que está reservada para o recebimento de propostas pelo maquinário da empresa, que já tem uma avaliação de preço finalizada. Conforme informado pela Vara Comercial, só serão aceitas propostas para aquisição de todos os bens em um único lote.
As propostas devem ser entregues em envelope lacrado, mediante recibo, no Fórum de Brusque, às 19h da data especificada. Conforme definido na avaliação de valor do maquinário da fábrica, a proposta não pode ser inferior a R$ 1,4 milhão. A melhor proposta será analisada e, no dia seguinte, será informado o vencedor, que terá de depositar o valor ofertado, em juízo, num prazo máximo de dez dias.
Quem adquirir as máquinas terá ainda a obrigação de providenciar sua retirada, da sede da empresa, em até 180 dias, prorrogáveis por igual período. Interessados na compra do maquinário poderão visitar os locais onde se encontram os bens, mediante agendamento prévio com o administrador judicial da massa falida, Gilson Sgrott.
Ele explica que não se trata de um leilão, mas de uma modalidade de venda que mais se aproxima de um pregão. “Essa modalidade é chamada de carta proposta fechada: a pessoa entrega no Fórum um envelope lacrado, com a oferta pelo maquinário. No dia seguinte abre-se o envelope e se verifica a melhor proposta”.
Segundo Sgrott, o valor arrecadado com a venda do maquinário é destinado a uma conta corrente vinculada ao processo de falência, mas que isso não significa que será liberado para pagamento dos credores. O dinheiro, neste caso, será retido, até que se tenha um montante suficiente para que se comece a efetuar os pagamentos.
“Ainda não é o momento oportuno [para o pagamento]. A venda dos demais bens, precede de uma avaliação, que agora está sendo feita”, afirma o advogado.
Demais bens ainda precisam de avaliação
Em relação ao resto do patrimônio da Renaux, a venda ainda deve demorar. Para realizar a avaliação de preço dos bens imóveis, da marca e das edificações da fábrica foi nomeado o corretor Eduardo Oliveira. Recentemente, ele foi nomeado como avaliador oficial, mas ainda não está certo se levará o trabalho até o final. Isso porque Oliveira precisa apresentar uma proposta de remuneração, que precisa ser aprovada pela juíza da Vara Comercial.
O Instituto Professor Rainoldo Uessler (IPRU), o qual havia apresentado a primeira proposta para avaliar o valor dos bens da Renaux, foi considerado muito caro, pela Justiça. O valor proposto pelo IPRU para elaboração do laudo de avaliação do patrimônio da massa falida foi de quase R$ 200 mil, e considerado excessivo, pela juíza Clarisse Lanzarini.
Ela considera que se trata de uma empresa, inativa, cujo patrimônio dificilmente será capaz de ultrapassar a casa dos R$ 50 milhões; e que possui dívidas na casa dos R$ 300 milhões. Ela destituiu o IPRU, portanto, sob a justificativa da “necessidade de economia para a massa, que necessita otimizar seu patrimônio para alcançar o pagamento do maior número de credores possível”.