Desafio Márcio May 50 anos é concluído com 2 mil km em 10 dias; saiba como foram os últimos dias da jornada
Ciclista brusquense reeditou trajetos do Tour de Santa Catarina, prova que conquistou quatro vezes entre 1997 e 2005
A última etapa do “Desafio Tour de Santa Catarina – Márcio May 50 Anos” foi de voltar para casa com o sabor de vitória e desafio cumprido. Neste domingo, 22, o ciclista olímpico Márcio May celebrou 50 anos de vida com uma grande vitória pessoal: em 10 dias foram cerca de 2 mil quilômetros pedalados (mais de 30 mil metros de altimetria acumulada) em trechos históricos do Tour de Santa Catarina, que era uma das mais prestigiadas provas por etapas do país. May é o maior vencedor da competição, com quatro títulos em 1997, 1998, 2002 e 2005.
A saída para os últimos 137,1km de Florianópolis a Brusque foi feita às 7h deste domingo, 22, em um grupo de cerca de 30 ciclistas. Depois de dar duas voltas na Via Amiga do Ciclista, na avenida Beira Mar Norte, o grupo seguiu em direção a Brusque pela BR-101. Na rodovia Antônio Heil, mais ciclistas se juntaram ao grupo e o acompanharam até a conclusão da pedalada em uma grande festa que esperava por May, com direito a almoço, bolo de aniversário e parabéns.
“Eu só tenho a agradecer. Primeiramente a minha esposa Luciane, que me apoiou desde o início, quando este desafio era apenas uma ideia. Agradeço à minha filha, que veio de longe e fez uma surpresa para mim. Estendo o meu obrigado a todos que participaram de alguma forma deste evento. Revi muitos amigos, conheci novas pessoas e me emocionei com o carinho de tanta gente que se mobilizou e veio de longe para me encontrar”, comemorou May, emocionado, no momento de cortar o bolo.
O ciclista André Gohr, também brusquense, esteve com May nas últimas três etapas e recebeu um agradecimento especial. “Ainda bem que eu convidei o André Gohr para me ajudar nos últimos dias, que teve muita altimetria, com a Serra do Rio do Rastro e o Morro da Igreja. Ele tem 25 anos, a metade de minha idade.”
Etapas
1 – Brusque a São Bento do Sul – 211km – 13 de maio
2 – São Bento do Sul a Porto União – 199km – 14 de maio
3 – Porto União a Chapecó – 243km – 15 de maio
4 – Chapecó a Joaçaba – 203km – 16 de maio
5 – Joaçaba a Rio do Sul – 221km – 17 de maio
6 – Rio do Sul a São Martinho – 210km – 18 de maio
7 – São Martinho a Criciúma – 108km – 19 de maio
8 – Criciúma a Urubici (Morro da Igreja) – 179km – 20 de maio
9 – Urubici a Florianópolis – 227km – 21 de maio
10 – Florianópolis a Brusque – 124km – 22 de maio
Ação social
May criou um uniforme que homenageia o Tour de Santa Catarina com uma camisa amarela, cor da camisa usada pelo líder da classificação geral da corrida. Parte da venda da camisa será revertida para o triatleta Júlio Monteiro Martins, de Palhoça.
“Agradeço ao Márcio May pela oportunidade. Eu fui atleta da natação e durante a pandemia comecei a pedalar por influência do Evandro Santos, sócio de May na Márcio May Sports, que me apresentou ao mundo do ciclismo. Fui tomando gosto pelo triathlon e agora preciso de um equipamento melhor para evoluir no esporte e lutar por uma vaga olímpica”, conta o triatleta de 22 anos.
Sexto dia
A sexta etapa chegou a São Martinho, no Sul do estado, na quarta-feira, 18. A etapa que começou em Rio do Sul teve um total de 210,4 km, percorridos em 7h33. Em alguns trechos, os ventos chegaram a 49 km/h. Além do vento forte, May teve um dia de longas subidas, que totalizaram 3.484 metros, com destaque para a longa serra com 9,5 km de extensão na BR-282 em Alfredo Wagner. O desnível é de quase quase 500 metros.
Sétimo dia
A sétima etapa chegou na quinta-feira, 19, em Criciúma, A jornada foi a mais curta do desafio, com 111,7km de extensão e 1.488 metros de altimetria. May enfrentou ventos superiores a 30km/h em alguns trechos.
Oitavo dia
Na sexta-feira, 20, a chegada foi no alto do Morro da Igreja, em Urubici, a 1.822 metros sobre o nível do mar e, no trajeto, o percurso passou pela mítica subida da Serra do Rio do Rastro.
A saída foi em Criciúma, com temperatura de 9°C. Foram 178,7 km percorridos em 7h18min, com 4.678 metros de altimetria acumulada.
Penúltima etapa
A penúltima etapa começou em Urubici, com temperatura de -1,5°C e campos cobertos de geada. Foram 176,3 km percorridos em 5h49min até a chegada no alto do Morro da Cruz, em Florianópolis. No total, foram 2.268 metros de subidas acumuladas com velocidade média de 30,3km/h.
Por conta da queda de barreira na Serra do Corvo Branco, o roteiro original teve que ser alterado. O novo trajeto subiu a Serra do Panelão, passou por Bom Retiro e seguiu pela BR-282 até a capital catarinense, onde os termômetros marcavam 22°C no momento da chegada. May cruzou a ponte Hercílio Luz e escalou 3km até o Morro da Cruz, a 325 metros sobre o nível do mar, com trechos de até 13% de inclinação.
“Não me lembro de ter largado com temperatura abaixo de zero em minha carreira. Depois das 9h30 a temperatura foi aumentando e ficando mais tranquilo. O acúmulo de cansaço foi a dificuldade de hoje, mesmo com a ajuda do André Gohr. Foi uma pena não podermos descer pela Serra do Corvo Branco, mas realmente não tinha como passar na área desmoronada. E a chegada no Morro da Cruz foi para terminar as subidas. Agora, chega de subidas”, brinca May, que comemora 50 anos neste domingo.
Bolo de aniversário
Na chegada no Morro da Cruz, o fã Osvaldo Maricar aguardava ansioso pela chegada do ciclista. Além de fotos, selfies e autógrafos, Maricar presenteou May com um bolo de aniversário.
Na BR-282 May parou para autografar a camisa amarela comemorativa do evento do fã Fabio Rohling, que trouxe a família de Rio Fortuna para prestigiar e conhecer o ciclista pessoalmente. “O Márcio iria passar em minha cidade, mas com a alteração do trajeto eu peguei o carro e vim esperá-lo aqui na BR”, conta.
Ainda na BR-282, depois da descida da serra de Rancho Queimado, Márcio May ganhou a companhia dos ciclistas Erni Meira (Joinville), João Marcello Toigo (Floripa) e Jefté Ribeiro, o Mexicano.
Mais adiante, o grupo foi acompanhado por uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, que escoltou o grupo por um longo trecho na rodovia. Nos quilômetros finais da BR-101, outros ciclistas se juntaram ao pelotão.
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