X
X

Buscar

Mariahülfskapelle: a primeira capela da Colônia Brusque

Ao longo do processo colonizador, Brusque recebeu muitos alemães católicos. Segundo o padre Eder Celva, a referência religiosa material era fundamental para a vida dos imigrantes inseridos num contexto exclusivamente agrário, com uma visão sacral de ver as coisas e o mundo, e então eles rapidamente construíram suas capelas. Ao se referir ao assunto, Oswaldo Cabral […]

Ao longo do processo colonizador, Brusque recebeu muitos alemães católicos. Segundo o padre Eder Celva, a referência religiosa material era fundamental para a vida dos imigrantes inseridos num contexto exclusivamente agrário, com uma visão sacral de ver as coisas e o mundo, e então eles rapidamente construíram suas capelas.

Ao se referir ao assunto, Oswaldo Cabral informa que o primeiro templo católico da Colônia Brusque foi o da Guabiruba do Norte (atual Igreja Matriz de Guabiruba), construído em 1861, e que a primeira capela da Stadtplatz (sede da colônia) foi erigida só alguns anos depois, em 1866.

A primeira Ermida da Colônia Brusque: Mariahülfskapelle
Embora a construção de igrejas fosse de responsabilidade do Governo Imperial, em Guabiruba não se cogitou esperar por auxílio público e em junho de 1861 a primeira capela foi edificada. Ainda em meio à mata, os colonizadores fixaram um tosco cruzeiro, que logo se transformou em ermida (pequena igreja em lugar ermo), encosta acima, próximo à confluência dos rios Pomerânia (Pommerstrasse) e Aymoré (Weimerstrasse).

Denominada Mariahülfskapelle, foi construída de espiques (caule) de palmito. O piso da capela era de chão batido e a cobertura de palha. Tinha como padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e para a devoção da padroeira existia um quadro trazido da Alemanha. Anos mais tarde, um novo quadro – que ainda existe – foi encomendado de Roma.

1881: vinte anos após a construção da primeira, foi construída a segunda capela, no local onde atualmente se localiza o Salão Cristo Rei, no centro de Guabiruba. Pequena, de madeira e extremamente simples, a sua estrutura e aspecto não agradava muito os fiéis.

1893
: passados poucos anos, a terceira capela foi erigida. Bela e feita de pedra e cal, a igreja foi construída na colina ao lado, ocupando uma pequena parte do primitivo cemitério, pois na baixada onde se localizavam as duas igrejas anteriores havia problemas com umidade e enchentes. No alto da colina, a igreja se mostrava altaneira, como se estivesse mais perto do céu.

1923
: Apesar de nova e sólida, logo a igreja se mostrou pequena e, passados 30 anos, a igreja de 1893 foi demolida. Em novembro de 1923 a quarta capela foi inaugurada. Em 1941, a mesma igreja teve a sua torre renovada, e entrou em fase de demolição no ano de 1962, para ser substituída pela igreja atual.

1965:
 Depois de algumas adaptações no terreno, a pedra fundamental da atual Igreja Matriz foi lançada em outubro de1965. Em 07 de setembro de 1966, a quinta igreja foi benzida: um monumento destacado e honroso, mostra concreta de que a união faz a força, pois em pouco tempo o povo de Guabiruba conseguiu construir uma igreja bonita, funcional, ampla e imponente, que permanece altaneira no alto da colina, concretização de um sonho dos imigrantes alemães de Baden que colonizaram Guabiruba a partir de 1860.

A primeira capela da Stadtplatz
De acordo com Cabral, os católicos da sede da Colônia Brusque erigiram sua primeira capela no ano de 1866, numa iniciativa do padre e dos próprios fiéis. Sob a invocação de Nossa Senhora das Dores, a capela tinha 42 palmos de frente e 72 de fundos, era feita de paus a prumo, com esteios, enripada e barreada, com um sino de sete arrobas, coberta de telhas, contendo 28 bancos com os respectivos genuflexórios, um confessionário e um altar mor. Antes disso, partir do início da colonização (em 1860) e até que a comunidade tivesse a sua capela, o Padre celebrava no barracão que servia para alojamento dos imigrantes.

Fontes: Pe. Eder C. Celva (2013). Oswaldo R. Cabral (1958). Roque L. Dirschnabel (2018).