Matheus Rheine conquista ouro e bate recorde dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto
O nadador brusquense conquistou a medalha de ouro nos 50m livre categoria S11 (100% cego)
Menos de um mês depois de fazer bonito no Mundial Paralímpico de Natação e trazer duas medalhas de prata para o país, o nadador brusquense Matheus Rheine cravou – uma vez mais – o seu nome na história do esporte. O fenômeno das piscinas faturou o ouro na modalidade 50m livre S11 (100% cego) com o tempo de 27s32 na terça-feira, 11. Além de trazer mais uma dourada para o Brasil, que está na liderança dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, Rheine bateu o recorde parapan-americano da categoria. Já nesta quarta-feira, 12, o brusquense conquistou a quarta colocação nos 400m.
“O meu melhor tempo nos 50 metros é de 27s22, e o tempo no parapan foi de 27s32, esta é a minha segunda melhor marca na vida. E considerando que não é minha prova principal, o recorde Parapan-americano foi uma ótima consequência de tantos treinos de saídas, concentração pura e pensamento positivo. Por que treinar todos treinam, o que define o resultado é, também, aquilo que está passando na cabeça do atleta na hora da prova. Eu fui com muita vontade e, graças a Deus, foi muito bom”, comemora.
A competição dos 50m livres foi realizada na terça-feira. Como é uma prova curta, acompanhar a competição foi emocionante. Logo de início, Rheine disparou na ponta, seguido de perto pelo colombiano Bryan Urbano. Até praticamente metade da piscina os dois ficaram muito próximos, com Urbano ameaçando o brusquense. Contudo, o nadador não é fácil de ser batido e, no final, o treinamento e dedicação deram resultado. Ele bateu com 1s59 de vantagem sobre o segundo colocado: Alex Palhares, também brasileiro, que terminou empatado com o colombiano.
Rheine afirma que o treinamento tinha sido realizado visando o campeonato mundial, que ocorreu na Escócia. “O polimento tinha sido feito para o mundial”, diz o nadador brusquense. No entanto, ele é conhecido por não se deixar abater e superar obstáculos. E a determinação de superar o desempenho do mundial deu certo, pois o tempo conquistado na terça-feira no Parapan é meio segundo mais baixo que o do mundial. “Não deixei de focar no Parapan, coloquei ela como uma das principais provas do ano. Isso funcionou muito bem e resultou neste ouro”, afirma.
“A braçada foi muito melhor do que no mundial, eu estava muito confiante, não bati muito na raia, nadei praticamente a prova inteira reto. Até me aproximei das laterais, mas não teve aquela batida violenta”, explica Rheine, que vive o auge de sua carreira.
O atleta, um dos destaques da equipe brasileira no Parapan e, agora, com o resultado, o adversário a ser batido, também destaca o resultado conquistado por Alex Palhares. “Também fiquei muito feliz pelo Alex, um dos meus melhores amigos, que conseguiu prata”, afirma o nadador.
Desempenho nos 400m
Mesmo tendo conquistado o seu espaço entre os melhores do Parapan de 2015, Matheus Rheine não se contentou com o resultado e continuou a perseguir o seu melhor. Na manhã de quarta-feira, 12, ele obteve o quinto melhor tempo na classificatória dos 400m. “Nadei folgado, só para classificar para a final”, explica.
Na final, no entanto, Rheine conquistou a quarta colocação com o tempo de 4:45:48. Ele explica que não baixou o tempo devido a alguns fatores: “deveria ter soltado mais na parte da manhã; tive que nadar pra 4.57 pois não sabia quanto os caras da minha série fariam”. O atleta aponta que pela manhã não sentiu cansaço e saiu da prova bem, porém, à tarde, quando passou dos 100m, segundo ele, começou a sentir mais. “Muito por conta disso não consegui fazer a estratégia que estava na mente, o corpo não deixou, mesmo assim nos últimos 50m consegui recuperar um pouco, melhorando de 37m para 35m. Todos me parabenizaram pelo tempo final, que foi apenas três centésimos pior do que no mundial”, frisa.